“Viemos para ter uma negociação, até hoje só ‘diz que diz que’. Se assinar o papel e colocar na nossa mão, a gente chega lá, mostra e libera [a rodovia]”,
Diz Ramão Fernandes, capitão da Aldeia Jaguapiru ao se referir a medidas concretas para fornecimento de água para a população da reserva indígena.
Neste mesmo aspecto, o Ivan Cleber, o ‘Tainha’, representante indígena, recorda que a comunidade aguarda respostas que solucionem o problema também a médio e longo prazo.
“Pedimos que seja mantida a entrega de água para a comunidade enquanto não saírem os novos poços”, apontou.
Cleber destacou ainda a indignação quanto a postura adotada pela Polícia Militar em reprimir o ato dos indígenas com violência, nesta quarta-feira (27). Como mostrado pelo Dourados News, o Choque esteve no local e ocorreram disparos com bombas de efeito moral e balas de borracha realizados com intuito de liberar a passagem na rodovia, enquanto os moradores da região resistiram ao despejo e continuam o bloqueio.
“A comunidade se levantou e se manifestou, era pacifica mas ontem aconteceu que a tropa de choque entrou na nossa aldeia, machucou mulheres, crianças e não era necessário isso, estamos em 2024 e não era necessário esse tipo de violência”, ressaltou.
Os líderes indígenas informaram que ao todo, sete indígenas foram feridos, entre esses uma criança que ainda permanece no hospital para cuidados.
O PROTESTO
Ontem, após a ação realizada pela polícia, três pessoas foram encaminhadas à Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), duas delas ouvidas e liberadas, enquanto outro rapaz acabou autuado em flagrante por dano ao patrimônio público. Ele teria danificado uma viatura.
Uma motocicleta e um trator, usado durante o bloqueio da via também acabaram apreendidos.
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