Lideranças indígenas de Dourados fecham a rodovia MS -156 , hoje a parir das 9h. O grupo formado por mais de 200 representantes das aldeias Jaguapiru e Bororó protesta contra a morte do indígena Oziel Gabriel, 35 anos, ocorrida no último dia 30 na fazenda Buriti em Sidrolândia. Ontem, indígenas fecharam estrada vicinal entre Cristalina e Fátima do Sul. Um grupo fez uma marcha e promete protestos na Capital.
De acordo com o cacique Renato de Souza, os indígenas cobram a punição dos supostos assassinos do indígena Oziel. Também pedem celeridade nos processos de demarcação. De acordo com ele, todas as aldeias do Estado estão sincronizadas para “vingar” a morte do terena. “O índio vai preso quando faz algo contra o branco e por que quando o índio é a vítima nada acontece com o assassino?”, indaga.
Renato diz que as aldeias de Dourados vão reforçar todas as movimentações dos terenas de Sidrolândia. “Seja para ocupar as nossas terras, ou para engrossar nossa voz, que não pode ser calada, estaremos todos os indígenas de Mato Grosso do Sul prontos para o tudo ou nada”, destaca. Segundo ele, indígenas de Dourados já estão em contato com as lideranças de Sidrolândia. “Vamos em peso defender os nossos direitos. Queremos Justiça. Esta morte não pode ficar impune”, destaca.
NOVAS OCUPAÇÕES
A morte do indígena Oziel está desencadeando uma onda de protestos em todo o Estado. No último final de semana, um grupo de índios invadiu mais uma fazenda em Sidrolândia. Trata-se da Fazenda Cambará, motivo de disputa há 13 anos.
Em relação à Buriti, que foi novamente ocupada pelos indígenas, a juíza federal Raquel Domingues do Amaral expediu uma ordem no domingo determinando o cumprimento da antiga decisão de reintegração da fazenda e fixou uma multa diária de R$ 1 milhão a ser paga pela União, e outra multa de R$ 250 mil para a Fundação Nacional do Índio (Funai) e as lideranças indígenas, caso a ordem de saída pacífica não seja cumprida até hoje.
No entanto, os índios dizem que vão permanecer na área, mesmo com a ordem judicial de desocupação. A informação é de lideranças indígenas que estão na propriedade.
No sábado (1), em uma reunião com o coordenador de assuntos fundiários do Conselho Nacional de Justiça, índios e fazendeiros não entraram em um acordo. Os índios até prometeram que não invadiriam terra nos próximos 15 dias, desde que não fossem expedidos novos mandados de reintegração de posse. Porém os Terenas entraram na fazenda Cambará ainda durante a reunião, no sábado passado, antes mesmo dessa trégua ser fixada.
O índio Osiel foi morto na Fazenda Buriti, que pertence ao ex-deputado estadual Ricardo Bacha. Além de Osiel, mais três índios e um policial ficaram feridos durante o confronto para a reintegração de posse da fazenda.
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