Invasão a uma fazenda em Caarapó, a 264 km de Campo Grande, resultou na prisão de uma indígena que resistiu contra a ordem dos policiais. Segundo o registro da ocorrência, feito na madrugada desta segunda (27), cerca de 50 índios da etnia Guarani Kaiowá chegaram no local por volta das 9h30 (de MS) de ontem. Eles cercaram a sede, atearam fogo na pastagem ao redor, subtraíram porcos do chiqueiro e ainda realizaram disparos de arma de fogo.
O capataz da fazenda, que prefere não se identificar, ressaltou os momentos de tensão. "Eles ameaçaram muito. Chegaram, rodearam a casa e queriam entrar de todo jeito. Escutamos tiros, deu muito medo", comentou. A reportagem entrou em contato com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e aguarda retorno.
Três mulheres, que seriam familiares das vítimas, estiveram na delegacia para denunciar o crime. Elas disseram que receberam ligações do proprietário da fazenda, ressaltando que 20 indígenas estavam no local e as vítimas mantidas reféns. A polícia pediu reforços e, chegando lá, confirmaram a veracidade da denúncia, ressaltando que o número de indígenas já chegava a 50 pessoas.
Os grupos, munidos de arco e flecha, foices, facas e possíveis armas de fogo correram para dentro do imóvel. Os policiais tentaram negociar, ainda segundo a ocorrência. No entanto, um deles "investiu" contra e recebeu gás de pimenta e lacrimogêneo, sem sucesso. Os policiais então efetuaram disparos de balas de borracha, atingindo o suspeito.
Ele foi preso e levado para sede da delegacia, em Caarapó. As vítimas então foram retiradas da propriedade rural e os indígenas permaneceram no limite da fazenda. O caso foi registrado como cárcere privado, roubo e desobediência. No caso do suspeito preso, ele passou por exames de corpo de delito e terá o agravante de desobediência.
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