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Insegurança jurídica coloca fogo na relação entre Bernal e a Câmara

O secretário de Governo, Paulo Pedra (PDT), esperava conquistar uma base de sustentação de pelo menos 20 vereadores quando Alcides Bernal (PP) retornou ao cargo. Porém, passados mais de 45 dias, Bernal está longe de ter uma base.

Dos 29 vereadores, apenas quatro dizem ser da base do prefeito: Betinho (PRB), Cazuza (PP), Luiza Ribeiro (PPS) e Eduardo Cury (PTdoB), que é obrigado a integrar a base porque é suplente e está no cargo graças a indicação de Pedra para o secretariado.

O clima entre Bernal e os vereadores já não era bom e ficou ainda pior depois da Operação Coffee Break, onde vereadores são investigados por suspeita de terem se vendido para cassá-lo. Por mais que tentem, vereadores e prefeitos não conseguem esquecer o processo, que pode custar o mandato de alguns.

Ciente de que os vereadores estão encurralados, Bernal não faz muito esforço para mudar o cenário e a Câmara, por sua vez, teme uma exposição maior. Diante do cenário caótico, a Câmara vive no seu melhor estilo: de confusão.

Com a antiga oposição investigada e na berlinda, agora, curiosamente, é o PT que ataca Bernal. O prefeito e vereadores não conseguiram se entender e Bernal ganhou um trio de opositores, que tem feito o papel dos que o cassaram e já não têm tanto fôlego para briga.

Bernal, por sua vez, aposta suas fichas na Justiça, esperando a cassação de alguns vereadores, o que pode lhe dar algum fôlego. Enquanto isso, sofre sucessivas derrotas na Câmara. Ontem (14) os vereadores derrubaram o veto ao Projeto de Lei que dispõe sobre a assinatura de plantas de construção de moradia para pessoas de baixa renda por engenheiros e arquitetos lotados em Campo Grande. Só o vereador Edson Shimabukuro (PTB), que nem da base é, votou com o prefeito.

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