O grupo JBS supostamente tratou para comprar a Sanesul (Empresa de Saneamento Básico de Mato Grosso do Sul). O diretor de Relações Institucionais e Governo da J&F, Ricardo Saud, em sua delação premiada, informou que o grupo negociou com governadores para que fossem privatizados os serviços de água e esgoto.
Ricardo Saud explicou que, entre 2014 e 2015, o grupo J&F, no qual a JBS faz parte, tinha como objetivo trabalhar com as concessões de água e esgoto nos Estados. Durante a eleição de 2014, foi distribuída, conforme o delator, doações de campanha e caixa 2 para campanhas, o acordo do Grupo com os candidatos era que além dos incentivos fiscais para as empresas da J&F, também ficariam com as empresas de Água e Esgoto. "Queríamos trabalhar com as concessões de água e esgoto. Nós fizemos um estudo de empresas que estavam quebradas que poderíamos comprar", disse.
O diretor da J&F explicou que tratou disso com todos os governadores que o grupo tinha contato. "Onde a gente ia falava isso. Vamos comprar a companhia de água e esgoto de vocês, lá no Mato Grosso do Sul ", disse.
O delator explicou que o grupo desistiu dos empreendimentos de água e esgoto após que as Empreiteiras OAS e Odebrecht começaram a aparecer o envolvimento na Operação Lava Jato. "Encerramos. Vimos a Odebrecht e OAS desmoronando, perdemos tudo que nós fizemos", explicou.
"A gente tratou esse assunto com quase todos. Perdemos as propinas e investimentos que fizemos porque achamos que era problema demais", explicou.
Ricardo Saud apresentou lista de centenas de políticos, incluindo 50 de Mato Grosso do Sul que o grupo pagou em forma de propina, caixa 2 ou doação de campanha em troca de apoio na aprovação dos interesses das empresas do grupo J&F.
Comentários