A ossada humana, encontrada no sábado (28) dentro de uma fossa, no bairro Taveirópolis, em Campo Grande, deve passar por exame de DNA nesta terça-feira (31), segundo a Polícia Civil. As informações genéticas serão comparadas com a de Iria Maidana, 59 anos, que diz que a ossada é da filha dela, Marília Débora Caballero, e com o filho da desaparecida, um adolescente de 13 anos.
O laudo deve sair em 30 dias, segundo o delegado Messias Pires dos Santos Filho, que investiga o caso. As próteses de silicone para seios, de 175 ml, encontradas junto da ossada têm identificação e também serão analisadas.
Nesta manhã, a Iria esteve na 6ª Delegacia de Polícia Civil da capital com a outra filha, Márcia Russy, de 36 anos. As duas prestaram depoimento. Segundo Márcia, o último contato de Marília Débora com a família foi em outubro de 2003, quando a jovem ligou para a mãe. Desde então, a família não teve mais notícias da menina.
Ainda conforme a assistente administrativa, foram registrados boletins de ocorrência de desaparecimento da jovem no ano de 2004 em Sonora, Rondonópolis e Campo Grande.
De acordo com o delegado, o inquérito do caso deve ser concluído somente após o resultado do exame de DNA.
Ainda segundo Filho, a ossada estava dividida em quatro sacos de ração para cachorros e os ossos estavam cobertos por lençol, o que pode indicar homicídio e esquartejamento.
Lembranças
Iria diz que a filha desaparecida era usuária de drogas e tinha problemas com o vício desde os 11 anos. "Internei minha filha três vezes e não resolveu. Cuidei dela quando colocou a prótese em 2003. O Gilberto quem pagou a prótese e [a cirurgia] foi lá em hospital de Campo Grande", relembrou.
Ainda segundo a mulher, durante muitos anos a família procurou pela menina. "Procuramos bastante. Senti muita tristeza de saber que ela foi encontrada [morta] no local em que parecia ser muito feliz", lamentou.
Caso
A ossada humana foi encontrada enterrada na fossa de uma empresa localizada na avenida Tiradentes, no bairro Taveirópolis. Um funcionário da empresa encontrou o esqueleto enquanto retirava areia da fossa.
De acordo com o delegado Enilton Zalla, da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), há indícios de que o esqueleto estava soterrado há pelo menos 12 anos. Os ossos estavam divididos em três sacos de ração de cachorro que tinham, na data de fabricação, o ano de 2003. Para o delegado, isso indica a antiguidade do soterramento.
Conforme a polícia, o proprietário da empresa declarou que mudou-se para o local em 2009. A polícia recolheu o material que foi levado para o Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol).
O delegado orienta que pessoas que tiverem parentes desaparecidos desde 2003 entrem em contato com a polícia pelo 190.
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