"Passada de mão"

Lemes é suspenso por "passada de mão" e deixa de atuar como vereador por 20 dias

Apontado por uma suposta passada de mão nas nádegas da vereadora Virgínia Magrini (PP) após sessão ordinária do dia 8 de junho, Maurício Lemes (PSB) teve como pena a suspensão por 20 dias das atividades parlamentares. A medida começa a contar a assim que for publicada no diário oficial, durante o período ele não poderá comparecer na Casa de Leis, assim como participar das sessões e atividades como vereador.

Durante a votação, foi aberta a palavra para que Lemes fizesse as suas considerações, porém o mesmo dispensou o direito de fala. O relatório feito pela Comissão de Ética e Decoro Parlamentar foi votado e aprovado por unanimidade na manhã desta sexta-feira (16) na Câmara de Vereadores de Dourados. Todos os vereadores inclusive o apontado foram a favor da punição.

O presidente da Comissão, Marcelo Mourão, também não se alongou durante o seu pronunciamento, pois segundo ele não haveria a necessidade de relatar pois todos já haviam recebido cópias do relatório e estariam ciente do assunto. Na fala disse apenas disse que, fez mediante ao que estava no código de ética da casa de leis.

Ao Dourados News a vereadora Virginia Magrini, desabafou dizendo que por conta da gravidade do fato a punição demonstrou que o vereador era mesmo o culpado, porém, no entender dela, deveria ter mais severidade.

“Eu entendo que pela gravidade e por ser uma casa de lei, a punição deveria ser mais severa, no entanto o desgaste e como já está há quatro meses nesse imbróglio, eu aceitei esses 20 dias até porque somos em minoria (mulheres)”, disse.

Ela relatou ainda que quando teve conhecimento do relatório final - a princípio a punição seria uma advertência verbal -, não concordou e pediu para que fosse revisto.

“Quando tive conhecimento do relatório final constava uma advertência verbal, eu procurei embargos de declaração para que fosse revisto a análise e decidido pela punição de 20 dias ou cassação que para mim seria a mesma coisa. Então para mim demonstra que ele praticou o fato e confessou, até porque ele votou a favor da punição. Isso demonstra que não inventei nada”, finalizou Magrini.

Questionada sobre o processo que move na justiça, também sobre o caso, Virginia conta que segue e que quem irá decidir é o juiz. “Lá segue normal, no dia 18 de novembro acontece a primeira audiência e o juiz é que vai decidir sobre o caso”, contou.

A redação procurou o vereador Mauricio, para falar sobre o caso, porém o mesmo não foi localizado após o termino da sessão.

Relembre o Caso

O fato aconteceu no dia 08 de junho, durante a foto após a entrega de uma moção Câmara Municipal de Dourados. Na ocasião ela disse que chegou a pensar que fosse outro vereador, porém, depois que afirmou que denunciaria o caso, Maurício veio até ela e pediu desculpas.

Magrini registrou no dia seguinte (09), boletim de ocorrência na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher contra Lemes o acusando de ter passado a mão em suas nádegas,

Ao denunciar o ocorrido formalmente na casa de leis, na sessão seguinte o fato foi para votação por parte dos colegas que aprovaram o início das investigações por parte da Comissão de Ética de Decoro Parlamentar da Câmara. Na época, a deliberação do processo administrativo do artigo 20, do código de ética e decoro parlamentar foi apoiada por 15 vereadores na sessão.

Dois dias depois então iniciou as reuniões na busca de definir ações sobre a denúncia da vereadora. No primeiro momento, além do presidente da comissão, Marcelo Mourão, os membros eram os vereadores Ramão Cirilo (PTC) e Juarez de Oliveira (PRB).

No entanto, após algumas reuniões Cirilo deixou de fazer parte de membro da comissão para fazer parte da defesa de Maurício Lemes. O processo ficou parado, com a busca de um novo membro e com o recesso do meio do ano. Após muitas recusas, o ‘cargo’ foi preenchido por Cido Medeiros e assim retomada as reuniões.

Em setembro (02 e 03) foram ouvidos os envolvidos e suas testemunhas, em seguida o relatório com base em todas as informações sobre o caso foi feito e agora e seguiu para votação nesta sexta-feira (16) de outubro.

Comentários