Mato Grosso do Sul encerrou nesta semana a colheita da safra 2014/2015 de soja. Segundo a Federação de Agricultura e Pecuária do estado (Famasul), os números finais da colheita estão sendo contabilizados e até o fim desta semana deve ser divulgada a produção do ciclo, que deve oscilar entre 6,6 milhões de toneladas e 6,9 milhões de toneladas.
Independente do volume final, a produção já é a maior da história do estado. O crescimento em relação ao ciclo passado quando foram colhidas, 6,1 milhões de toneladas, deve oscilar entre 8,1% e 13,11%.
O engenheiro agrônomo e analista do sistema Famasul, Leonardo Carlotto, considerou a safra boa, apesar de todas as atribulações que os agricultores sofreram durante o ciclo. Primeiro, foi a estiagem, entre setembro e outubro, o que atrasou o plantio, depois o veranico (mistura de estiagem com temperaturas altas) no fim do ano passado e neste ano o excesso de chuva, entre fevereiro e março, o que atrasou a colheita em várias regiões do estado. “Esses problemas atrapalharam, mas o resultado final foi positivo”, avaliou.
Conforme Carlotto, apesar da produção recorde, o volume de soja comercializada antecipadamente no estado caiu em relação ao ciclo passado. Conforme ele, neste mesmo período da temporada passada, os sojicultores do estado já haviam comercializado entre 65% e 75% de sua produção e nesta, segundo levantamento realizado no fim de março, o percentual não ultrapassava os 38%.
Com os produtores reduzindo as vendas antecipadas na expectativa da melhoria dos preços, principalmente do mercado externo, a questão da capacidade de armazenagem de grãos do estado volta a ser debatida. Segundo o analista da Famasul, atualmente, Mato Grosso do Sul tem uma capacidade estática, ou seja, de silos e armazéns, de aproximadamente 8 milhões de toneladas.
“Temos hoje capacidade para armazenar uma safra inteira, ou de soja ou de milho. Agora se a colheita de uma cultura começar e parte significativa da outra ainda estiver estocada passamos a ter problemas. Então, por enquanto, ainda não temos problema para estocar a soja desta safra. Agora se a colheita da safrinha começar e ainda tivermos metade da safra de soja estocada, aí a situação começa a complicar”, concluiu.
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