Pelo menos 50% dos médicos que atuam na saúde básica em Dourados paralisaram as atividades seguindo o calendário programado pelas entidades médicas nacionais. Esse é o quarto protesto no município realizado pela categoria, que ontem foi à praça Antônio João oferecer atendimento à população.
Tanto em Dourados como em Campo Grande o manifesto contou com a participação dos estudantes de curso de medicina. De acordo com o médico infectologista Julio Croda, diretor da Faculdade de Medicina da UFGD, o protesto tem como objetivo chamar a atenção da sociedade e dos governantes sobre a calamidade no Sistema Único de Saúde (SUS). “Em Dourados, por exemplo, carecemos de leitos para abrigar a grande demanda de pacientes do município e de toda região. E assim como em todo o país, os problemas são os mesmos.
Os médicos não têm infraestrutura nos hospitais para oferecer melhor atendimento e os pacientes sofrem para conseguir atendimento com profissionais especializados, realizar exames, enfim, há uma série de problemática que precisa ser resolvido”, disse Julio Croda, ressaltando que o investimento em saúde, no país, é de 5% da receita, quando o necessário deveria ser de pelo menos 10%.
Os atendimentos paralisados ontem no município ocorreram em alguns postos de saúde. Os serviços de emergência, como hospitais, foram mantidos e a partir de hoje tudo volta ao normal. Em todo o país, os médicos querem a derrubada da Medida Provisória 621, que prevê a abertura de mais vagas em escolas médicas, a contratação de médicos estrangeiros sem a revalidação de diplomas e serviço civil obrigatório para estudantes de Medicina, .
A partir do próximo vestibular a UFGD vai ofertar mais 30 vagas ao curso de medicina, saltando de 50 para 80 vagas. O aumento foi concedido pelo governo federal, com o objetivo de formar mais profissionais no país. No entanto, o diretor da Faculdade de Medicina chama a atenção para o investimento. “Aumentam-se as vagas, isso é muito bom, porém requer mais investimentos na universidade, contratação de professores e ampliação de oportunidade de estágios nos hospitais”, explica Julio Croda.
Mais Médicos
A crise entre as entidades médicas e o governo federal acabou nos tribunais. Inconformados com as medidas adotadas pelo Executivo para tentar suprir a carência de médicos em regiões pobres, a Fenam, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Médica Brasileira (AMB) ingressaram com diferentes ações judiciais para tentar suspender o programa Mais Médicos.
No dia 26, o presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, negou pedido da AMB para suspender a medida provisória que criou o Mais Médicos. Segundo o magistrado, não cabe ao Supremo definir se a MP atendeu às exigências de relevância e urgência, como reclamavam as associações.
fonte: Dourados Agora
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