O Ministério Público Estadual abriu inquérito para apurar a existência de leito de UTI fantasma no Hospital Universitário, conforme denunciado pelo Conselho Municipal de Saúde. De acordo com o inquérito, apesar de 15 leitos credenciados e pagos mensalmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o HU só disponibiliza 14 leitos.
“Um deles não presta serviço algum para a população. O que se encontra na cama são apenas lençóis empilhados. Nenhum paciente é atendido desde 2012”, denunciou a presidente do Conselho de Saúde, Berenice Machado.
De acordo com o inquérito instaurado pelo promotor Eteocles Brito Mendonça Dias Júnior, foram realizadas diligências no hospital, que informou que para a utilização do leito seria necessária a realização de adequações técnicas. Porém, para tal, deveria ser interrompida a oferta dos demais leitos daquele setor e seria necessária a interrupção temporária da internação de pacientes em leitos de UTI. O MPE também questionou a Prefeitura de Dourados, que confirmou que 15 leitos estavam contratualizados.
Superlotação
Outro problema denunciado pelo Conselho é a negativa de vagas para pacientes do Hospital da Vida. “Recentemente vimos que havia superlotações em hospitais de Dourados que pediam leitos para o Hospital Universitário. Havia negativa de vagas, mesmo o HU tendo 18 leitos disponíveis. É um absurdo ver pessoas morrendo quando poderiam ser salvas se houvesse a disponibilidade de leitos. O pior é que, quando o Conselho vai verificar se existe ou não vagas, o HU ainda quer barrar nossa entrada”, destaca Berenice.
Redução de leitos
A presidente do Conselho também relata a redução da rede leitos disponibilizados pelo HU. “No posto 2, passou de 35 para 28 leitos. No posto 3, de 24 para 19 e no posto 4 passou de 26 para 21, ou seja, 17 leitos a menos. Berenice também diz há problemas em exames como a colonoscopia.
Outro lado
Em nota, o HU esclareceu que “na data de 30 de setembro de 2015 foi solicitado à Secretaria Municipal de Saúde o descredenciamento do leito de UTI objeto motivador do referido inquérito. Como já informado e esclarecido anteriormente, em diversas ocasiões, o leito de UTI em questão não é servido por régua de gás, inviabilizando seu pleno funcionamento. Como também já informado e esclarecido em ocasião anterior, para dotar o leito desse equipamento, seria necessária obra no Setor, o que demandaria a interrupção dos serviços, que se configura absolutamente inviável”.
A Superintendência informa ainda que, “apesar do descredenciamento – que significa que deixou de ser custeado pelo contrato com o Município –, o referido leito permanece na UTI Adulto, sendo utilizado para eventual atendimento de pacientes que não necessitem de intubação”.
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