O Ministério Público Estadual deu 15 dias para a prefeitura acatar, ou não, recomendação feita pelo órgão e apresentar resultados de força-tarefa para o combate do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, febre chikungunya e, principalmente, o zika-vírus. A medida inclui ainda que a administração municipal se abstenha de reduzir qualquer oferta de serviços de saúde, principalmente epidemiológico, durante o período de final de ano.
O alerta foi dado pelo promotor de Justiça Etéocles Brito Júnior, após o Dourados News divulgar material relatando sobre a suspeita da circulação do ‘zika’ no município no final de novembro.
Em abril, durante a gravidez, a mãe de uma criança que nasceu com microcefalia esteve em Rondônia e dias depois apresentou sintomas parecidos com os causados pela doença, o que poderia ter ocasionado a má formação cerebral no feto, relembre aqui.
Por conta do fato e ainda de acordo com o Ministério Público, a recomendação para o tratamento dos vetores deve ser feito através de capacitação dos servidores, realizado recentemente, notificação junto ao Ministério da Saúde de casos de microcefalia, e também, reforço nas ações de prevenção e controle vetorial em áreas urbanas e rurais.
O órgão também quer campanhas de divulgação contra o mosquito transmissor das três doenças para conscientização da população.
No início de dezembro, o núcleo de vigilância epidemiológica da prefeitura de Dourados divulgou nota informando que a cidade havia registrado 10 casos de bebês nascidos com microcefalia, porém, em nenhum, segundo o documento, com existência de qualquer suspeita nas mães de contaminação pelo zika-vírus, acesse aqui.
Além dos bebês que nascem no tempo recomendado, o núcleo tem notificando todos os casos de crianças prematuras com perímetro cefálico menor do que o normal esperado, de acordo com os critérios estabelecidos por protocolo do Ministério da Saúde em novembro.
GUERRA AO AEDES
Atualmente são 70 agentes de endemias realizando visitas domiciliares, segundo a bióloga do CCZ (Centro de Controle do Zoonoses) do município, Rosana Alexandre da Silva. Os mesmos continuarão os trabalhos durante o período de ‘festas’, conforme plano elaborado e aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde.
Até o momento na cidade foram notificados 2.551 casos de dengue e pouco mais da metade deles, 1.295, atestaram positivo. Casos de chikungunya e zika-vírus ainda não foram confirmados, porém, existem suspeitas diante do segundo não foram descartadas completamente.
Segundo Rosana, Dourados ainda não se encontra em epidemia de dengue, mas os vetores são encontrados em todas as regiões.
“O município tem intensificado as visitas domiciliares, juntamente com a realização de mutirões tentando sensibilizar e conscientizar a população da importância do comprometimento de cada um ao manter limpos seus imóveis para que não haja depósitos propícios para proliferação do mosquito Aedes aegypti, e demais vetores presentes em nosso município, prevenindo assim, as zoonoses presentes na cidade de Dourados, principalmente a dengue, leishmaniose, chikungunya e zika vírus”, disse.
Os imóveis em situação considerada crítica, serão notificados e estarão sujeitos a multa.
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