O delegado Fábio Amaro afirmou, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (18), que Ellen Federizzi, esposa do policial militar encontrado morto em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), descreveu com "riqueza de detalhes" como matou o marido.
Ela relatou à polícia que, momento antes de assassinar Rodrigo Federizzi, ficou irritada após o PM dizer que iria levá-la a um psiquiatra e que iria embora com o filho do casal, de nove anos.
A polícia divulgou o vídeo do depoimento de Ellen, no qual ela narra como tudo ocorreu. "Dei um tiro, cobri ele e deixei ele na cama. Sangrou bastante. Saí, não sabia o que fazer". A suspeita pode responder por homicídio qualificado, destruição e ocultação de cadáver. O advogado de Ellen, João Maria Pereira do Nascimento, disse que não vai se pronunciar sobre o assunto. Rodrigo Federizzi desapareceu em 28 de julho. No dia 9 de agosto, a Polícia Civil foi até a casa do casal e encontrou vestígios de sangue na residência e também no carro policial. Os investigadores pediram a prisão de Ellen Federizzi, que foi detida no dia seguinte. A prisão é temporária e váilda por 30 dias.
"Com o luminol, o quarto ficou iluminado parecendo boate. Isso reforçou a tese de que a Ellen matou o marido", disse o delegado. O corpo Rodrigo Federizzi foi localizado no dia 14 de agosto em uma cova em Araucária.
Investigação Inicialmente, Ellen Federizzi havia negado qualquer participação no crime. Depois, de acordo com a polícia, ela mudou o depoimento e assumiu a autoria do assassinato.
Segundo a polícia, foram quatro ou cinco interrogatórios até a confissão. O delegado Fábio Amaro afirmou que ela disse ter admitido porque não aguentava mais a pressão.
De acordo com a polícia, o caso não está encerrado. Para o delegado, todavia, não há dúvidas quanto à autoria.
"A polícia tem condições de afirmar de forma insofismável que a senhora Ellen praticou o crime sozinha", disse Amaro.
As investigações continuam para verificar, por exemplo, se há uma segunda pessoa envolvida. "Pode haver uma segunda pessoa, mas não na autoria imediata", complementou Amaro.
Outro indício mencionado por Amaro é de que Rodrigo Federizzi não foi visto em momento algum saindo do apartamento onde o casal morava. "Chegaram informações que a Ellen, que não tem habilitação para dirigir, levou o carro até um lava-car. Lá os funcionários questionaram manchas semelhantes a sangue no veículo".
Segundo o delegado, Ellen disse a eles que o sangue era de uma carne que ela tinha comprado no açougue.
A polícia trabalha com duas teses. A primeira aborda a hipótese de que o casal passava por um momento conflituoso no qual o PM dizia a todo momento que iria internar a esposa em uma clínica psiquiátrica, especialmente depois que sofreu um sequestro relâmpago. A polícia não sabe se este sequestro realmente ocorreu. A outra vertente está ligada a questão financeira. De acordo com a polícia, o policial militar tinha R$ 50 mil em uma conta bancária e este dinheiro sumiu. "Rodrigo se dirigiu a Ellen, que gerenciava as contas da casa, e em razão da insistência, ela matou ele", cogitou o delegado.
Fábio Amaro afirmou que Ellen disse que jogou a arma do crime na represa do Passaúna, o que será averiguado pela polícia. A polícia acredita que arma utilizada pertencia a Rodrigo.
Discussão
Conforme divulgado pela polícia, Ellen contou que o casal estava em casa e que tiveram uma briga. Foi neste momento que, segundo o depoimento de Ellen, Rodrigo Federizzi teria dito que a levaria para tratamento psquiátrico. "Eu falei que ele não ia me levar para clínica porque eu não estava ficando louca, ele disse que estava cansado do meu comportamento. Ele disse que ia embora e ia me deixar em tratamento. Peguei a pistola e dei um tiro nele".
O filho do casal estava em casa no momento do crime. Ellen disse à polícia que o menino acordou como o barulho do tiro e que mandou o filho voltar a dormir. De acordo com o delegado Fábio Amaro, um familiar contou à policia que o garoto relatou ter ouvido o tiro e, depois, barulho de vômito."Ele não é tão novo. Nove anos já tem algum discernimento", afirmou o delegado. Vídeo
Vídeos divulgados pela Polícia Civil nesta quarta-feira (17) mostram Ellen Homiak Federizzi em duas situações depois de ela supostamente ter matado o marido, o policial militar Rodrigo Federizzi, em Curitiba.
Os dois vídeos são do dia do crime. O primeiro deles, segundo a polícia, foi registrado poucas horas depois de Ellen assassinar o marido. Nas imagens registradas pela manhã, ela aparece com o filho de nove anos em uma panificadora comprando pão.
No outro vídeo, feito no fim da tarde, Ellen aparece em uma loja comprando uma pá. De acordo com a polícia, esta foi a ferramenta utilizada por ela para enterrar o corpo do marido.
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