A morte do advogado e fiscal sanitário Luiz Eduardo Lopes, de 45 anos, executado a tiros ontem de manhã no bairro Aero Rancho, também será apurada por duas comissões da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
A seccional divulgou que acompanhará a investigação da Polícia Civil por meio dos advogados Fábio Andreasi, presidente da Comissão de Advogados Criminalistas (CAC) e Silmara Salamaia, presidente da Comissão de Defesa das Prerrogativas (CDA).
Ontem à tarde os advogados foram até a delegacia que apura o caso, a 5ª DP, até então não havia nenhum suspeito de praticar o crime e motivação.
"A OAB/MS repudia, com veemência, qualquer tipo de violência contra advogados. Designamos as comissões da entidade para acompanhar este caso na intenção de obtermos resposta com maior brevidade. Não podemos aceitar que um crime dessa natureza seja relegado, posteriormente, ao esquecimento", afirmou o presidente da OAB/MS, Mansour Karmouche.
CRIME
A suspeita da polícia é que Luiz se preparava para iniciar os trabalhos de fiscalização de estabelecimentos quando foi morto. No carro dele, os policiais encontraram várias pastas com documentos de estabelecimentos e da Vigilância Sanitária. Ainda não há suspeita se o trabalho dele tenha ligação com o crime.
Segundo o delegado, Luiz estava em um Volkswagen Gol preto e descia a avenida quando começou a ser seguido por um Palio modelo antigo de cor prata. Conforme testemunhas, o motorista do Palio deu sinal de luz para o advogado que estacionou o carro.
Antes mesmo de descer do veículo, Luiz foi surpreendido pelo passageiro do carro prata que desceu e atirou pelo menos seis vezes contra ele. O fiscal morreu na hora. A dupla fugiu e quase atropelou um pedestre. Ninguém foi preso.
A reportagem apurou que nos últimos meses Luiz recebia auxílio-doença da prefeitura e coincidentemente hoje ele foi relacionado entre outros servidores da Vigilância Sanitária que foram remanejados de função. A publicação saiu no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande) de ontem.
Durante conversa informal, familiares do advogado disseram que o homem sofria de transtorno bipolar (alteração entre períodos de muito bom humor e períodos de irritação ou depressão, as chamadas oscilações de humor) e era considerado estressado e agressivo.
Ainda no início das investigações, a autoridade policial contou que as primeiras pessoas começaram a ser ouvidas informalmente. "Estou checando algumas informações, conversando com pessoal da família, do trabalho e amigos. A esposa e a irmã falaram que ele sofria desta doença", ressaltou o delegado ao detalhar que o advogado tinha o registro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), mas não atuava no ramo. "Ele era concursado da prefeitura há muitos anos, não podia advogar", pontuou Biacio.
Ao ser questionado sobre o que possa ter motivado o crime, o delegado disse que a irmã e a esposa não souberam dizer. "Elas não disseram que não têm ideia, apenas relataram a doença e disseram que ele sofria alterações de humor, era estressado e agressivo".
Mesmo com a personalidade citada pela família, funcionários que trabalhavam junto com Luiz relataram ao delegado que ele nunca apresentou sinais agressivos ou qualquer outro ato que pudesse gerar desentendimento com os colegas. "Pessoal do serviço disse que nunca notaram alteração nenhuma de humor, que era uma pessoa normal e solicita".
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