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Odilon convoca empresariado douradense para combate ao crime

Dourados Agora

“O trabalho restaura a dignidade e afasta as pessoas do mundo das drogas e da criminalidade”. Foi com estas palavras que o juiz federal Odilon de Oliveira iniciou sua palestra no auditório da Associação Comercial e Empresarial de Dourados (Aced), na manhã desta sexta-feira, guiado pelo tema “Inclusão Social: Família, Escola e Classe Empresarial”.

Juiz há mais de 27 anos, com dezenas de homenagens nacionais e internacionais, inclusive da Organização das Nações Unidas (ONU), Odilon disse que para combater a violência, também é importante que haja uma integração maior entre as empresas e a comunidade, rompendo os limites do relacionamento básico entre empregador e empregado.

“As empresas precisam ter consciência que para que uma realidade seja transformada, é preciso algo mais. Não basta apenas cumprir com suas obrigações ficais, é necessário estender a mão para o trabalhador e toda sua família, fornecendo-lhes todo tipo de suporte necessário, não somente um salário em dia. O dinheiro não é tudo, é preciso maior atuação por parte das escolas e instituições comercias, entre outras", comentou.

Segundo ele, o desemprego tem relação direta com a criminalidade. “O trabalho restaura a dignidade. Se uma pessoa está desempregada, ela deixa de ter alguns direitos importantes e por isso, se sente marginalizada. Nessa situação, certamente ficará com uma baixa autoestima e dependendo das circunstâncias, se não tiver um apoio necessário, pode facilmente migrar para o crime cometendo delitos como roubos e furtos, ou ingressando no mundo das drogas”, disse Odilon.

Por estes motivos, ele destaca que o empresariado tem que estar de portas abertas para o cidadão. “Se não puder dar uma oportunidade de emprego para a pessoa, dê a ela ao menos uma chance para se capacitar, uma oportunidade para que ela aprenda algo que possa ser útil em sua carreira profissional. Se isso não for possível, tente usar a palavra, acompanhe de perto quem está em situação difícil, dê bons exemplos e promova gestos amáveis. Isso pode fazer toda a diferença”, explicou.

Entretanto, o juiz federal ressaltou que estas ações não cabem apenas aos empresários, mas sim a todas as esferas da sociedade. “Cada órgão tem seu papel, seja a polícia, as instituições de ensino, empresas ou Organizações Não Governamentais (Ongs). Cada um tem que cumprir seu papel, sempre tentando ir além de suas competências. Hoje o mundo está globalizado, vários costumes foram difundidos, assim como os crimes. Somente o trabalho repreensivo da polícia, por exemplo, não vai transformar este cenário, é preciso um engajamento mais amplo”, disse.

Ele completou: “Segundo dados do Ministério da Educação e Cultura (MEC), há evasão de 24% nas escolas do ensino fundamental; fontes do Ministério do Trabalho e Emprego (TEM) mostram que 13% dos jovens com idades entre 16 e 24 anos estão desempregados. Precisamos nos atentar às pessoas que estão inseridas nessas estatísticas e orientá-las a tomarem o caminho certo, antes que acabem se rendendo à violência”.

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