Para enfrentar o que já pode ser chamado de epidemia de mortes no trânsito será criado um Observatório Estadual de Acidentes para unir informações do Detran MS (Departamento Estadual de Trânsito), das polícias e hospitais de modo dar maior confiabilidade os números usados para enfrentar essa realidade e planejar estratégias. A informação foi divulgada pelo presidente do Detran, Gerson Claro, durante o lançamento da Semana Nacional de Trânsito 2016. A iniciativa já existe em outros estados.
"Há uma dificuldade de números reais, pois, há pessoas que ficam nos hospitais por meses, vão para casa e depois, acabam morrendo. Esse número não é contabilizado como morte de trânsito. Vai integrar a sociedade civil e a saúde", explica Claro. A Semana Nacional de Trânsito será realizada entre os dias 18 a 25 deste mês. Segundo o presidente do Detran MS, foram 43.700 vítimas fatais ano passado no Brasil. "A Semana é para chamar atenção na conscientização com os órgãos oficiais e sociedade civil organizada", explica.
Conforme dados do Detran MS, foram 53 mortes (2015) e 46 mortes (2016) entre os meses de janeiro a agosto. O tema deste ano é Sou "+ 1 por um trânsito + seguro". "O trânsito só vai mudar quando o comportamento individual mudar", diz Claro.
De acordo com o comandante do Bptran (Batalhão de Polícia Militar de Trânsito), Renato Tolentino, somente entre julho e agosto deste ano, foram apreendidas 2 mil motocicletas em blitzes, a maioria, pelo piloto não ter CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e ou estar com o documento irregular. "Vamos ser mais incisivos a cada dia. 70% da ortopedia da Santa Casa é ocupada por vítimas de acidentes com motocicletas, que deixam sequelas graves. Para combater e necessário fiscalização, engenharia, conscientização", diz.
Os pontos mais críticos da Capital, segundo Tolentino, são as vias que estão em melhore condições de trafegabilidade como a Afonso Pena, Júlio de Castilho, Ernesto Geisel, Prefeito Lúdio Martins Coelho, Gury Marques, Guaicurus.
O governador Reinaldo Azambuja disse que o Governo do Estado tem feito a parte dele e que o número de acidentes diminuíram com a realização de blitzes e conscientização dos condutores. Segundo Azambuja, o gasto do SUS (Sistema Único de Saúde) com vítimas de acidentes é um dos responsáveis pelo colapso do SUS.
"Só há sentido quando há o engajamento de toda a sociedade e de todos nós. Estamos crentes que tem de fazer campanhas educativas em escolas, blitzes contra condutores ilegais entre outras ações. São eles [condutores sem CNH] que muitas vezes, usam os veículos como armas. Não respeitam limites, ingerem álcool. É um desafio desde a educação infantil, mas que é de responsabilidade de todos", disse.
Na próxima segunda-feira (19), às 11 horas (horário de MS) será realizado um minuto de silêncio nacional em nome das vítimas de acidentes de trânsito.
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