O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato terá direito a duas horas diárias de banho de sol no bloco 5 do Centro de Detenção Provisória (CDP) do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, onde ficará preso.
Dois anos depois de fugir para a Itália a fim de evitar cumprir pena de 12 anos e 7 meses por condenação no julgamento do mensalão do PT, Pizzolato chegou preso na manhã desta sexta ao Brasil, extraditado pelo governo italiano. Como o tempo em que ficou detido na Itália (um ano e oito meses) será descontado da pena, o ex-diretor do BB poderá solicitar a progressão para o regime semiaberto a partir de junho de 2016.
O subsecretário do Sistema Penitenciário do Distrito Federal, João Lossio, disse que Pizzolato dividirá a cela com outros dois presos – Elton Antonio dos Santos, condenado por estupro e violência doméstica, e José Carlos Alves dos Santos, ex-assessor do Senado que cumpriu pena pela morte da esposa e foi condenado pelo chamado escândalo dos anões do Orçamento nos anos 1990.
Segundo João Lossio, a cela do ex-diretor do Banco do Brasil fica no bloco 5, tem 21 metros quadrados, um vaso sanitário, um chuveiro com água quente, três beliches e uma mesa de plástico. Pizzolato pediu informações sobre o procedimento para receber livros, informou Lossio.
De acordo com o subsecretário, a cela ocupada pelos três está na ala de "vulnerárveis", ou seja, idosos e presos que ficam sem contato com os demais devido ao risco de sofrerem algum tipo de violência. Na mesma ala, está Ramon Hollerbach, outro dos condenados no julgamento do mensalão do PT. De acordo com o subsecretário, dividem a cela com Hollerbach o ex-deputado Natan Donadon e um preso condenado por estupro. No total, a ala tem 27 presos (91 no bloco 5), informou Lossio.
O subsecretário relatou que Pizzolato estava "supertranquilo", que não conseguiu dormir bem no voo, mas que se encontra em boas condições de saúde. Um médico da penitenciária avaliará a medicação que o ex-diretor do BB vai tomar.
Pizzolato poderá receber visitas a partir da próxima sexta-feira. Dez pessoas poderão se cadastrar para as visitas – nove da família e um amigo.
"Com relação aos nove parentes, ele tem que demonstrar o parentesco. A esposa [por exemplo], ele tem que demonstrar por documento que ela é esposa", afirmou o secretário de Justiça do Distrito Federal, João Carlos Souto.
Segundo Souto, não haverá "privilégio". "A rotina será normal, como de qualquer outro detento, não tem nenhum privilégio nem nada", declarou o secretário.
Pizzolato chegou à prisão portando 231 euros, que serão entregues a um familiar. Segundo o subsecretário Lossio, ele poderá receber até R$ 125 por semana para compras na cantina do presídio. O ex-diretor do BB deixou a Itália no início da noite desta quinta (22) acompanhado de um delegado da Polícia Federal, dois agentes e uma médica.
No voo em direção ao Brasil, ele assistiu a filme e dormiu durante parte da noite. Pizzolato foi vaiado por outros passageiros ao desembarcar no aeroporto de Guarulhos. Em Guarulhos, Pizzolato embarcou em um avião da Polícia Federal, que o levou para Brasília, onde chegou por volta das 8h45 desta sexta-feira (23).
Do aeroporto, foi levado para o Instituto Médico Legal (IML), onde passou por exame de corpo de delito. Depois, seguiu para a Papuda.
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