A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) aguarda ser oficialmente informada do processo de transferência do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) para sua carceragem. Ainda não foi definido o local da PMDF a ser adaptado para receber o ex-líder do governo Senado. O pedido para a transferência – feito pela defesa de Delcídio – foi autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki. Não há, até o momento, previsão de quando isso ocorrerá. A Polícia Federal, responsável pelo traslado de Delcídio, disse estar negociando com a defesa do senador alguns detalhes do procedimento.
Contatada pela Agência Brasil, a PMDF informou ter vários alojamentos que podem "rapidamente" ser adaptados para receber o senador, e que situação similar ocorreu em decorrência da prisão do empresário e ex-governador Paulo Octávio, durante Operação Átrio, da Polícia Civil do DF. Acusado de participar de um esquema de corrupção de agentes públicos para a concessão de alvarás, Paulo Octávio ficou detido por menos de uma semana em junho de 2014, no Batalhão de Trânsito da PM.
Delcídio está preso desde o dia 25 de novembro em uma cela na Superintendência da PF, em Brasília, por determinação do ministro Zavascki. Como tem mandato parlamentar, ele não pode ocupar uma vaga em presídio comum, ficando portanto em uma sala especial. O senador foi denunciado pelo crime de impedir e prejudicar as investigações da Operação Lava Jato.
PEDIDO DE PRISÃO
A prisão dele foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com base em pedido feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR). De acordo com a PGR, o senador tentou obstruir as investigações e prometeu pagamento de R$ 50 mil mensais ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró para evitar que ele firmasse acordo de colaboração com o Ministério Público Federal.
O documento da PGR ainda diz que o senador ofereceu um plano de fuga ao ex-diretor e garantiu que poderia interferir em decisões do STF a favor de Cerveró. A Polícia Federal também prendeu, no Rio de Janeiro, o banqueiro André Esteves, dono do Banco BTG Pactual, que, segundo a PGR, iria arcar com o valor prometido pelo senador.
Em depoimento à Polícia Federal logo após ser preso, o senador negou ter tentado obstruir as investigações da Operação Lava Jato.
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