A Polícia Federal informou que adiou o depoimento do ex-diretor internacional da Petrobras Nestor Cerveró no inquérito que apura o vazamento de parte da delação dele. O documento, apesar de sigiloso, chegou ao dono do BTG Pactual , André Esteves, preso no Rio. O depoimento de Cerveró estava marcado para as 14h30 na superintendência da PF em Curitiba , onde ele está preso.
A decisão de adiar o interrogatório foi tomada no fim da manhã. A PF diz que atendeu a um pedido de Procuradoria-Geral da República , que ainda está aprofundando detalhes sobre a tentativa de obstrução das investigações envolvendo Delcidio do Amaral, o chefe de gabinete dele, Diogo Ferreira e o advogado Edson Ribeiro. Investigadores dizem que os procuradores querem detalhar alguns pontos antes e que a Polícia Federal ouça Cerveró depois disso.
Inicialmente, a PF também havia marcado também para esta sexta o depoimento do agente Newton Ishii. No entanto, o depoimento foi desmarcado e ainda não há data para ocorrer.
Ishii transporta presos e aparece na maioria das fotos acompanhando novas prisões da Lava Jato. O nome dele foi citado na gravação feita pelo filho de Cerveró, Bernardo, na conversa que teve com o senador Delcídio do Amaral, o chefe de gabinete dele, Diogo Ferreira e o então advogado de Cerveró, Edson Ribeiro. A gravação serviu de prova de obstrução das investigações .
A superintendência da PF em Curitiba afirma que tem confiança no trabalho de Newton Ishii e sabe que o agente não teve acesso à delação de Cerveró. A apuração, segundo a polícia, será rápida. Na gravação, Bernardo e Edson demonstram espanto com o suposto acesso do banqueiro à delação de Cerveró, e conversam sobre como isso poderia ter acontecido.
O ex-diretor já teria adiantado aos investigadores que a delação dele provavelmente vazou através do advogado Edson Ribeiro.
A PF também quer ouvir Bernardo Cerveró. O depoimento pode ocorrer na semana que vem, no inquérito que apura o vazamento da delação de Cerveró.
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