A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira, dia 24 de novembro, através da delegacia de Ponta Porã, em conjunto com a Assessoria de Pesquisa Estratégica do Ministério da Previdência Social e o Ministério Público Federal, a Operação Coiote Kaiowá nas cidades de Amambai e Aral Moreira, na região de fronteira com o Paraguai.
A ação teve por objetivo desmantelar organização criminosa responsável no esquema de fraudes envolvendo a confecção de registros de nascimento ideologicamente falsos visando à concessão de aposentadorias rurais para indígenas.
Além disso, a quadrilha potencializava os seus lucros mediante a contratação de empréstimos consignados fraudulentos.
Durante a ação, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e três mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal, nas cidades de Amambai e na aldeia Guassuty, em Aral Moreira.
Entre os alvos da operação estão o casal proprietário de uma financeira especializada em créditos consignados, bem como um ex-capitão da Aldeia Guassuty.
A fraude consistia na falsificação de certidões de atividade rural da Funai (Fundação Nacional do Índio) e no registro civil fraudulento de indígenas provenientes do Paraguai e de indígenas inexistentes.
A operação foi batizada “Coiote Kaiowá” em alusão aos “coyotes”, apelido dado aos atravessadores de pessoas na fronteira entre o México e os Estados Unidos. Segundo as investigações, os envolvidos criavam documentação nacional para indígenas da etnia Kaiowá provenientes do Paraguai passarem a residir no Brasil recebendo aposentadoria.
Identificou-se, também, que a organização criava indígenas fantasmas no intuito de se apropriar de suas aposentadorias.
Levantamentos preliminares detectaram que foram evitados prejuízos ao INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) em torno de R$ 4 milhões. No entanto, durante as buscas foram apreendidas enormes quantidades de documentos que indicam que o montante das fraudes pode ultrapassar em muito esse valor.
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