DOURADOS

Polícia indicia 11 na Cifra Negra e cita propinas de até 15% a vereadores

Inquérito foi encerrado e encaminhado à Justiça - Crédito: Osvaldo Duarte/Dourados News Inquérito foi encerrado e encaminhado à Justiça - Crédito: Osvaldo Duarte/Dourados News

A Polícia Civil concluiu e encaminhou à Justiça na semana passada, o inquérito referente à Operação Cifra Negra, desencadeada em Dourados e que investiga esquema de corrupção na Câmara de Vereadores. Onze pessoas acabaram indiciadas pelos crimes de fraude a licitação, peculato, corrupção passiva, corrupção ativa e organização criminosa.

A ação foi desencadeada em conjunto pela 16ª promotoria de Justiça e o 2º Distrito Policial, no dia 5 de dezembro.

De acordo com o inquérito, as evidências apontam que o grupo corrompeu servidores públicos, inclusive membros do poder legislativo, para facilitar a manutenção do esquema. 

Três vereadores – Idenor Machado (PSDB), Cirilo Ramão (MDB) e Pedro Pepa (DEM) -, o ex-vereador Dirceu Longhi (PT), ex-servidores da Casa Amilton Sainas e Alexandro de Oliveira de Souza e os empresários Denis da Maia, Jaison Coutinho, Franciele Aparecida Vasun e Karina Alves de Almeida, foram alvos da ação.  

Uma outra mulher, que trabalhava em uma das empresas investigadas, também foi indiciada. 

Durante a fase investigativa foram colhidos fortes indícios de que, entre os anos de 2010 e 2018, um grupo de empresas, previamente ajustadas entre si, participou de licitações promovidas pela Câmara.

Um os empresários presos na operação, Denis da Maia, proprietário da Quality Sistemas, confirmou em interrogatório que havia o pagamento de propinas ao Legislativo para manter a prestação do serviço. 

Segundo ele, o valor da propina era de 10% a 15% do contrato. 

Nesse período, segundo apurado pelo Dourados News, era combinado que alguma empresa da organização fosse vencedora, frustrando o caráter competitivo dos procedimentos.

Os três vereadores presos e o ex-vereador Dirceu Longhi, conseguiram habeas corpus e devem deixar a PED (Penitenciária Estadual de Dourados) a qualquer momento. Um dos ex-servidores da Casa, Alexandro de Oliveira de Souza, deixou a prisão na sexta-feira (14/12) após ter acertado acordo de delação. 

 

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