Desde janeiro sem receber recursos da prefeitura de Dourados e do governo do Estado, o Hospital Universitário vai restringir as internações de adultos e suspender as cirurgias eletivas na unidade. Segundo o hospital, os repasses em atraso superam R$ 2,3 milhões.
As restrições a novas internações começaram nesta quinta-feira (8) e as cirurgias eletivas estarão suspensas a partir da próxima segunda-feira (12). O HU informou, em nota, que vem tomando medidas para contingenciar gastos, "mas a situação tornou-se insustentável com o desabastecimento de gêneros alimentícios".
Segundo o hospital, já houve, inclusive, alteração na dieta dos pacientes, além de não serem mais oferecidos carne e derivados nas refeições dos acompanhantes, por haver estoque mínimo no hospital. A unidade interna, em média, 505 adultos por mês. No ano passado, a média mensal eram de 536 internações.
Também estão com estoque "extremamente baixo" itens como kits para realização de exames laboratoriais, além de itens hospitalares como campo operatório, luvas de procedimento, equipo gravitacional, luva cirúrgica e avental cirúrgico.
Do total em atraso, a prefeitura de Dourados deve R$ 1,2 milhão e o Estado R$ 1,1 milhão. Esses montantes são ainda maiores, pois os dados oficiais foram computados somente até 9 de abril.
As medidas anunciadas têm como objetivo manter a oferta de serviços essenciais, como os da linha materno-infantil, para os quais o HU é a única referência regional. São realizados 300 partos por mês no centro obstétrico da unidade.
A assessoria de imprensa do HU informou ao Dourados News que "todas as alternativas plausíveis para que a suspensão não ocorresse foram tomadas" e que o hospital vinha dialogando com a prefeitura e o governo do Estado, "inclusive de forma oficial". A decisão de suspensão dos serviços foi comunicada ao Ministério Público Estadual, ao Ministério Público Federal, à Secretaria Municipal de Saúde de Dourados e ao Conselho Regional de Medicina.
A oferta dos serviços retornará à normalidade assim que houver o repasse dos valores em atraso para o pagamento aos fornecedores e, consequentemente, a retomada do fornecimento dos insumos, de acordo com o HU.
A reportagem procurou a Secretaria Municipal de Saúde de Dourados e a Secretaria Estadual de Saúde, mas não teve retorno até esta publicação.
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