da Redação

Na noite de quinta-feira(04), à partir das 18h, manifestantes dos movimentos estudantis e dos trabalhadores lotaram o plenário da câmara mais uma vez. Como já havia sido combinado dias atrás, no dia 04 de julho se encerrava o prazo para a prefeitura apresentar propostas concretas para atender as reivindicações, entre as quais estão o passe livre a municipalização do transporte público em Dourados.

A tribuna do legislativo municipal foi utilizada por vários representantes dos movimentos e por funcionários da prefeitura. Com a ausência do prefeito Murilo Zauith, que não compareceu e não se deu ao trabalho de justificar, as esperanças dos manifestantes recaíram sobre a fala do ex-vereador Walter Hora, atual diretor da Agetran (Agência de Transporte e Trânsito).

Porém, o diretor decepcionou o público e durante mais de 10 minutos no uso da tribuna, não apresentou propostas concretas e saiu vaiado. Os manifestantes também vaiaram o representante do Ministério Público Estadual, antes mesmo que o promotor tornasse pública a sua proposta.

Já o representante da empresa Medianeira não disse uma palavra durante toda a audiência, contudo, foi alvo de inúmeras críticas dos manifestantes que usaram a tribuna, como também dos que permaneceram no plenário.

Os 19 vereadores também estiveram presentes na ocasião, mas com exceção do presidente Idenor Machado, não usaram a palavra. O deputado Geraldo Resende chegou a compor a mesa, porém, abandonou o evento logo após as primeiras vaias a outros políticos.

Ao final da audiência os manifestantes julgaram os resultados insatisfatórios e resolveram acampar na câmara, enquanto aguardam uma efetiva proposta por parte da prefeitura.

Universitários e trabalhadores armaram barracas, compraram comida e garantiram que não deixarão o local sem uma solução.

Juiz nega liminar e estudantes prometem passar fim de semana na Câmara

No inicio da noite desta sexta-feira (05), a justiça negou o pedido de reintegração de posse da Câmara Municipal de Dourados, que está ocupada por manifestantes desde a noite de ontem. O juiz alegou que somente a prefeitura, proprietária do prédio, pode impetrar o pedido. Como a petição foi feita pela câmara, o pedido foi negado.

Dezenas de manifestantes continuam ocupando o saguão. O grupo reitera que ao contrário do que dizem informações viciadas e tendenciosas, o movimento não tem caráter anarquista e muito menos interesse em depredar o patrimônio público. O jovem ‘Tato’, porta-voz dos manifestantes, explicou que ao invés de destruir, como muitos imaginam, os acampados estão zelando pela organização e limpeza do ambiente.

Outra nova diretriz estabelecida pelo grupo, foi a criação de seis grupos de trabalho, sendo eles: limpeza; segurança; comunicação; organização; alimentos e mobilização. Fazem parte dos grupos 44 manifestantes.

Em conversa com a redação da 94FM, representantes dos movimentos afirmaram que o grupo irá permanecer ocupando a câmara por tempo indeterminado. Segundo eles, os acampados só deixarão o legislativo municipal quando conseguirem um acordo prático e justo com o prefeito Murilo Zauith, que até o fechamento deste texto, não havia se manifestado acerca do caso.