A quadrilha suspeita de furtar ao menos 570 cabeças de gado em duas propriedades rurais e que foi presa na última sexta-feira (8), em Corumbá, a 415 km de Campo Grande, utilizou três caminhões para fazer o transporte dos animais e fez até cascalhamento na estrada.
Ao G1, o delegado Edilson dos Santos, titular da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras), ressaltou que a perícia foi feita no local e apontou o reparo na via, com a intenção de transportar o gado. “Eles levaram o gado aos poucos, fazendo reiteradas viagens”, explicou o delegado.
Segundo o delegado, a quadrilha agia de uma maneira diferenciada, sem violência. “Eles se aproveitavam do abuso de confiança, contando sempre com a ajuda de algum funcionário. Outra questão é a facilidade de agir na área rural, sem ninguém por perto. Neste caso, nós acreditamos que o crime foi planejado há cerca de dois meses”, comentou o delegado.
Os suspeitos ainda possuem conhecimento do ramo, fazendo um “estoque virtual” do gado. “Eles inserem dados falsos no sistema para não serem surpreendidos em alguma fiscalização”, disse o delegado Fabio Peró, adjunto do Garras.
Em Miranda, a 195 km de Campo Grande, o delegado diz que duas fazendas foram “atacadas” pelas quadrilhas. Além dos caminhões, eles utilizaram dois veículos já apreendidos pela polícia.
O capataz Thiago Belardo dos Santos, de 24 anos, disse que praticou o crime porque precisava de dinheiro. “Eu sabia que era algo errado, mas fiz e agora tenho que pagar”, comentou.
Já Nivaldo Leite Ribeiro, de 49 anos, responderá por furto qualificado e associação criminosa. “Eu fiquei dois dias aguardando o pessoal para ajudar a transportar o gado, mas não sabia que era ilícito”, garantiu. Já João José Araújo Júnior, de 35 anos, é suspeito de ajudar no embarque e desembarque do destino final do gado. “Eles me passariam o restante do dinheiro depois, mas também não sabia que era gado roubado”, disse.
Os outros suspeitos Gedalvo José Bráz, de 57 anos e Valdeir Gassi Pereira, de 33 anos, que é inclusive é apontado como receptador da associação criminosa, negam participação. “Vou provar na Justiça que sou inocente”, finalizou.
Entenda o caso
Após investigação, foi expedido mandado de prisão dos homens de 49 e 57 anos. Durante diligências, foi preso o homem de 33 anos que escondeu parte do gado em Miranda. Também foi um preso um jovem de 24 anos, capataz da fazenda de onde foram roubados os animais.Parte dos bovinos foi apreendida, além de um carro, uma caminhonete e um celular. O caso foi registrado como associação criminosa e receptação no Garras de Campo Grande.
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