Obras já haviam consumido R$ 700 mil

Reinaldo desiste de construir Hospital Regional de Dourados

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) não dará continuidade às obras do Hospital Regional de Dourados, projeto lançado pelo antecessor André Puccinelli (PMDB) no final do mandato e que já consumiu mais de R$ 700 mil na construção de parte do muro e serviços de terraplanagem. A informação é que o Ministério da Saúde cancelou o empenho de recursos federais extraorçamentários na ordem de R$ 17 milhões para a primeira etapa da obra. Sem dinheiro da União, o governo do Estado não teve outro caminho e cancelou em definitivo o projeto.

O Hospital Regional de Dourados seria construído em área doada por uma cerealista às margens da rodovia BR-163, na saída para Laguna Carapã, mas desde o final do ano o projeto está abandonado e telhas de aço que serviam de tapume, areia e tijolos que eram usados na construção estão sumindo do terreno.

A licitação, modalidade concorrência, de número 034/2014, realizada pela Agesul através do processo número 19/101.096/2014, no valor de R$ 19.927.988,08 foi vencida pela Stenge Engenharia, que chegou a receber os primeiros R$ 700 mil para serviços de terraplanagem e preparação da área para obra. Todo esse investimento inicial ficou perdido e a área deverá ser devolvida ao antigo doador.

O governador Reinaldo Azambuja entendeu que mais importante que construir uma grande estrutura de Hospital Regional seria equipar as unidades hospitalares já existentes em Dourados. Neste sentido, o governador estreitou conversas com a Secretaria Municipal de Saúde para o Estado figurar como parceiro no arrendamento do Hospital São Luiz, que passaria a realizar as cirurgias eletivas agendadas no município. As conversas estão adiantadas e o negócio deve ser concluído nas próximas semanas.

Em outra frente, o governador Reinaldo Azambuja tirou do papel o projeto Caravana da Saúde para levar atendimento médico, clínico, de laboratórios, cirúrgicos e de exames reprimidos nas cidades polos. A primeira Caravana da Saúde foi realizada em Coxim, atendendo as cidades vizinhas, enquanto a segunda edição acontecerá em Ponta Porã e a terceira deverá acontecer em Dourados.

Reinaldo Azambuja entende que não basta a Caravana da Saúde passar pelas cidades onde vai atender a população, mas existe a necessidade de uma reestruturação do setor, para que as consultas, exames e cirurgias tenham continuidade. O Mato Grosso do Sul tem hoje 18.800 pessoas na lista de espera por procedimentos cirúrgicos urgentes, sendo 9 mil para cirurgias de cataratas.

Projeto pronto

O projeto inicial previa moderno complexo que teria 250 leitos, com perfil assistencial de hospital geral que priorizará as linhas de cuidados da urgência/emergência, cardiologia, nefrologia, oftalmologia e cirurgia geral. O projeto previa a construção de um Hospital Regional sintonizado com a Rede de Atenção às Urgências e Emergências, Rede de Atenção às Pessoas com Doenças Crônicas e Rede da Pessoa com Deficiência. Os recursos para as obras da primeira etapa do Hospital Regional de Dourados foram garantidos por meio da proposta número 099710/2013 junto ao Ministério da Saúde e liberados para o governo do Estado através do convênio número 800746/2013, no valor de R$ 17 milhões. A proposta número 47808/2014 previa a liberação de outros R$ 6,3 milhões pelo Ministério da Saúde, mas os recursos acabaram bloqueados pelo governo federal.

Os 250 leitos do Hospital Regional de Dourados seriam distribuídos da seguinte forma: 20 leitos de UTI Adulto, 10 leitos de UCO, 10 leitos de UTI Pediátrico, 80 leitos cirúrgicos, 90 leitos clínicos, 30 leitos pediátricos e 10 leitos de isolamento. Serão 18.665,89 m² de área construída, sendo 3.031,96 m² para alas destinas a pacientes adultos e 1.108,64 m² para pediatria.

O Pronto Socorro teria área de 2.111,89 m², enquanto o setor de diagnóstico ocuparia uma área de 1.672,19 m². O Centro Cirúrgico seria formado por seis salas grandes e duas salas menos para oftalmologia, totalizando 1.500 m² de área construída, com a UTI e UCO ocupando uma área de 2.180,14 m² e a UTI Pediátrica ocupando 593,38 m². Haveria ainda outras alas para Nefrologia, Nutrição e Dietética, Farmácia, CME, Administração, processamento de roupa, Central de Material e Equipamentos, Necrotério e vestiário para guarda de pertences de funcionários.

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