Equipes da Prefeitura de Ponta Porã, cidade a 323 km de Campo Grande, estão fechando nesta terça-feira (30) a rotatória de acesso ao Shopping China, no lado paraguaio da fronteira. A saída interditada é a que dava acesso à loja de importados para quem segue pela BR-463, sentindo Dourados-Ponta Porã. Já para quem segue de Ponta Porã em direção ao aeroporto, o acesso continua livre.
A rotatória fica na entrada de Ponta Porã, onde de um lado existe a bandeira do Brasil e do outro a bandeira do Paraguai, o principal símbolo das cidades-gêmeas separadas por uma rua. Antes da pandemia do novo coronavírus, o local tinha movimento intenso de carros, principalmente em direção ao lado paraguaio.
Entretanto, com o fechamento da fronteira pelo governo paraguaio desde março, a rotatória virou transtorno. A maioria dos moradores do lado brasileiro passou a defender a interdição do acesso ao Paraguai nesse local como forma de melhorar o fluxo de veículos.
Na Linha Internacional, são fortes os boatos de que o Shopping China e o Planet Outlet, as duas maiores lojas de importados de Pedro Juan Caballero, devem fechar por tempo indeterminado.
No dia 25 de maio, na segunda fase da quarentena inteligente adotada pelo governo paraguaio, a maioria das lojas da cidade paraguaia voltou a funcionar, mas os dois shoppings do grupo Cogorno permaneceram fechados.
O grupo, liderado pelo empresário Felipe Cogorno Álvarez, decidiu manter os dois centros de compras fechados por não poder vender aos turistas brasileiros. Com a fronteira fechada por medida sanitária, os brasileiros estão impedidos de entrar em território paraguaio.
As lojas que reabriram há pouco mais de um mês sentem os efeitos da crise causada pela pandemia. Sem os clientes brasileiros, as vendas são escassas e muitas empresas já fecharam as portas. O número oficial de trabalhadores demitidos é desconhecido, mas se aproxima dos cinco mil.
Neste mês, comerciantes paraguaios sugeriram a instalação de sistema de delivery na Linha Internacional para entregar mercadorias aos brasileiros. A proposta foi levada pelo governo paraguaio ao Itamaraty, mas ainda não houve resposta. “Estamos esperando a decisão do Brasil”, disse hoje o presidente da Câmara de Comércio de Pedro Juan Caballero, Victor Barreto.
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