Ainda sem acordo entre prefeitura e profissionais da educação, a greve nas escolas municipais de Dourados não tem previsão de término. Na tarde desta quarta-feira (31), a secretária de educação Ilda Kudo juntamente com o procurador geral do município Ilo Rodrigo Machado e o secretário de finanças Alessandro Fagundes alegaram que a prefeitura não pode atender as exigências da categoria no momento.
Conforme o procurador, a solicitação de incorporação do adicional de 11.32% ao salário, é a atual condição para que os profissionais retomem as aulas. Ele explica que a mesma é inviável por motivos econômicos com grande impacto aos cofres públicos e jurídicos devido ao ano de eleições.
"Por conta do pleito, nós temos algumas vedações impostas e isso torna essa medida inviável juridicamente. Economicamente falando também não é possível no momento por estarmos em um período crítico em todo o país, um momento de crise", comentou.
A secretária Ilda Kudo também fala sobre a inviabilidade da solicitação. Ela cita que tem realizados tentativas de acordo com os profissionais, porém sem sucesso, o que gera preocupação já que se mesmo que fossem retomadas de imediato, as aulas não "fechariam" o ano de 2016.
"Não temos como fazer a incorporação agora, as contas não "fechariam" e o período não permite. Estamos tentando buscar um diálogo porém, sempre tem uma contraproposta que não é possível no momento. Temos uma grande preocupação, pois, se as aulas tivessem sido retomadas inda na semana passada, seriam repostas até 30 de dezembro, agora mesmo que retornem já avança o ano de 2017 essa reposição", disse.
Ela diz que a maioria das solicitações da categoria foi atendida, fala do quanto a medida exigida impactaria no orçamento da prefeitura e realiza um apelo aos profissionais da educação para cessem o movimento grevista.
"Foi cumprido grande parte junto aos educadores, tem sido sempre em dia. Já a partir de outubro o PCCR (Plano de Cargos e Carreiras) para algumas categorias também será aplicado. A questão é que é necessário a compreensão, a incorporação não é possível agora, interfere em encargos e "pesaria" uma média de 500 mil/mês a mais para o município, sem condições atualmente. Pedimos que a greve seja suspensa e seguiremos com as negociações, com diálogo e bom senso", pontuou.
O secretário de finanças apontou que a incorporação está sendo estudada para implantação a partir de janeiro de 2017 e que vê o que já foi aplicado para a categoria como "grandes avanços".
Conforme a secretária, 20% dos profissionais estão em greve, sendo quatro escolas com adesão a greve total e outras parcial.
O Simted
A diretora do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação) Gleice Jane Barbosa afirmou ao Dourados News que a entidade não recebeu nenhum posicionamento oficial da prefeitura para determinar os rumos do movimento.
"Não recebemos nenhum posicionamento oficial de que não há como realizar a incorporação para que em assembleia adotássemos uma posição", disse.
Ela cita ainda que caso isso aconteça, os profissionais desejam que o município "abra" as contas devido ao fato de que não é essa a situação percebida pela classe.
"Se for essa a afirmação, queremos que nos mostrem em relatórios esse fato, pois no portal da transparência não vemos essa falta de recurso", disse.
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