O atendimento ambulatorial pode ser novamente suspenso pela Santa Casa de Campo Grande, diante de impasse para renovação de contrato com o poder público. Pagamentos de fornecedores e colaboradores tem média de 45 dias de atraso e agravam o déficit fiscal de R$ 13,5 milhões. Seringas, luvas e ataduras já estão em falta.
“Procedimentos eletivos e ambulatoriais podem ser suspensos, mas estamos mapeando o desabastecimento de insumos para definir os serviços. Os próprios fornecedores suspenderam a entrega de materiais por falta de pagamento”, admitiu o presidente da unidade hospitalar, Wilson Levi Teslenco. Sem contrato desde abril com a Prefeitura de Campo Grande, a Santa Casa pressiona o poder público com a suspensão de serviços. Em maio, o ambulatório fechou por três dias. Cinco meses depois as cirurgias eletivas foram suspensas por treze dias. Estoques de seringas 10 ml e ataduras engessadas de 10 centímetros estão zerados.
O fluxo de caixa da unidade hospitalar apresenta déficit de R$ 7,5 milhões e, se confirmado, o fechamento do ambulatório pode impedir o atendimento diário de 300 pessoas. Conforme a promotora de Justiça da Saúde, Filomena Fluminhan, a ausência de contrato impede nova pactuação de serviços entre hospitais na Capital e reflete diretamente na distribuição de leitos na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Inquérito civil, inclusive, investiga a continuidade dos serviços diante da ausência de contrato.
“É urgente a restituição do contrato. A Santa Casa está tendo que atrasar fornecedores e o pagamento de médicos, o que implica na perda do profissional e prejuízos a população”, ressaltou a promotora. Na renovação do contrato, a unidade hospitalar pleiteia receber R$ 20,235 milhões, sendo 23% provenientes da prefeitura. O município cobra neste processo a ampliação de serviços como 10 leitos para atendimento de doenças infecciosas, procedimentos de tromboembolização – tratamento de Acidente Vascular Cerebral (AVC) -, além da realização de cirurgias eletivas e de alta complexidade de ortopedia.
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