Protesto

Servidores fazem ato público contra assédio moral na Polícia Federal

O Sindicato dos Policiais Federais em Mato Grosso do Sul (Sinpef/MS), promove nesta quarta-feira (28), em frente à Delegacia de Polícia Federal em Dourados, ato público contra o Assédio Moral na Polícia Federal, especialmente contra Agentes, Escrivães e Papiloscopistas.

O Sindicato explica que o ato público tem o objetivo de alertar a população local sobre os recorrentes casos de assédio moral dentro da Polícia Federal, por meio da prática de condutas abusivas pelos gestores, evidenciado com o não reconhecimento de atestados médicos, da quantidade de horas trabalhadas, perseguições por participação em movimentos sindicais e por meio de procedimentos disciplinares instaurados com viés político e de controle, muitas vezes com o intuito de desacreditar o policial diante dos demais servidores do órgão, superiores ou subordinados, o que tem tornado o ambiente de trabalho insuportável.

Segundo o Sindicato, há um constante desrespeito ao princípio constitucional da impessoalidade, tendo em vista que a maioria das decisões, senão todas, são tomadas para favorecer ou prejudicar servidores, de acordo com a sua posição de alinhamento em relação às chefias.

"Com essa postura da administração da PF, o que se observa é um frequente atentado contra a dignidade da pessoa humana, o que tem causado desmotivação, evasão e suicídios entre os policiais federais. Nos últimos três anos, tivemos 20 suicídios na Polícia Federal, um número 10 vezes maior do que a média nacional, que é de 4,9/100 mil habitantes", diz em nota remetida esta manhã ao Jornal DouradosAgora.

O Sinpef/MS tem orientado seus sindicalizados a resistir, anotando todas as agressões e humilhações, evitando conversar com o agressor sem testemunhas, exigir explicações por escrito, procurar o sindicato, recorrer ao auxílio médico e assistência social, buscando apoio junto a famil-iares, amigos e colegas, sendo certo que o sindicato irá ajuizar ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho.

"Em virtude do que foi mencionado, chega-se à conclusão de que quem perde com esta situação é a socie- dade, pois um policial que é vítima de assédio moral não realiza seu trabalho com excelência, sendo muitas vezes afastado de suas atividades por falta de condições psicológicas. Ademais, um ambiente dominado por tais práticas se torna insalubre para toda a coletividade ou para a maioria dela, já que qualquer um que tenha o mínimo de senso de Justiça fica indignado com a postura de certas chefias em adotar prática imoral, utilizando-se de uma posição administrativa que deveria zelar contra tudo isso, e ainda usando de bens e serviços públicos para se atingir objetivos tão escusos", comenta em nota o Sinpef.

A Diretoria Executiva deste Sindicato, juntamente com as suas Representações Sindicais, repudia atos arbitrários calcados em normativos da época da ditadura (Lei 4878/65), "que são utilizados para saciar a vontade punitiva de pessoas que caminham na contramão de um regime democrático de direito, onde o servidor deveria ter o devido amparo biopsicossocial e melhores condições de trabalho para prestar um serviço de excelência à sociedade no desempenho de suas funções", conclui em nota.

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