As próteses de silicone que estavam com uma ossada humana enterrada na fossa de uma madeireira em Campo Grande foram um presente do amante de Marília Débora Caballero, desaparecida desde 2003, de acordo com a Polícia Civil. Ao G1, o delegado Messias Pires, adjunto da 6ª Delegacia, disse que a novidade foi descoberta nesta segunda-feira (13).
“É um fato curioso que chegou ao nosso conhecimento hoje, durante o depoimento de outra mulher com quem este empresário, na época com 48 anos, iniciou um relacionamento. Isso ocorreu logo depois do desaparecimento da vítima. Ela disse que também foi presenteada com silicone por ele, sendo que o homem pagou a mesma clínica e a mesma médica para realizar o procedimento”, afirmou o delegado.
Na quinta-feira (9), a Polícia Civil confirmou que as próteses de silicone eram de Marília, que tinha 21 anos em 2003. Logo depois, a outra mulher foi intimada. Ela começou a trabalhar na madeireira e se relacionou com o dono do local, alguns meses após o sumiço da jovem. O casal inclusive teve uma filha, hoje com 9 anos de idade.
“Agora vamos verificar se a primeira esposa dele também foi presenteada com um silicone. São detalhes que podem nos ajudar a entender o comportamento do suspeito, principalmente porque familiares disseram que era muito tranquilo. Já a mulher que participou da oitiva hoje falou que ele era nervoso e estava sempre armado”, ressaltou o delegado.
Envolvida com o empresário, a mulher também disse que, em 2004, meses após o desaparecimento da jovem, a mãe da menina ligava para o suspeito. “A testemunha reforçou que ele sempre recebia ligações da mãe dela, mas dizia não saber do seu paradeiro. Falava para ela só que a menina era agressiva, por conta do uso de drogas, e que tinha sumido”, falou o delegado.
DNA
Sobre a ossada, o delegado disse que entrou em contato com a diretoria do Instituto de Análises Laboratoriais Forenses (IALF), nesta segunda-feira (13). “Eles disseram que, em breve, teremos acesso ao resultado do exame de DNA”, garantiu Pires. A empresa fabricante do silicone já confirmou que eles pertenciam a Marília.
Entenda o caso
A ossada humana foi encontrada enterrada na fossa de uma empresa, no bairro Taveirópolis. A Polícia Civil disse que os indícios eram de que o esqueleto estava soterrado há pelo menos 12 anos. No material encontrado havia próteses de silicone e uma calcinha, indicando a possibilidade de ser uma mulher.
Enquanto retirava areia da fossa, um funcionário da madeireira avistou os restos mortais. Os ossos estavam divididos em três sacos de ração de cachorro que tinham, na data de fabricação, o ano de 2003. Para o delegado, isso indica a antiguidade do soterramento.
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