Estudo

Sistemas conservacionistas e terraços evitam e reduzem erosão

A erosão ainda é um problema nacional, mas que pode ser resolvido ao serem usadas tecnologias e conhecimentos à disposição. Segundo a professora da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Elaine Lourente, a cada 5 cm de perda de camada de solo a produção de grãos cai 15%. Quando a perda de solo é de 30 cm, a produção diminui 75%.

Segundo os dados apresentados por Elaine, o prejuízo para o País é de mais de US$ 5 bilhões por ano. As perdas anuais de solo chegam a 500 milhões de toneladas por ano, de acordo com as informações repassadas pela professora em sua palestra na quinta-feira, 19 de janeiro, à tarde, no estande da Embrapa no Showtec 2017. No estande da Embrapa, foram parceiros as Unidades da Embrapa: Agropecuária Oeste, Gado de Corte, Solos, além da Fundação Meridional, Agraer e da organizadora do evento Fundação MS.

Mas Elaine disse que, no Brasil, com o Plantio Direto, é possível reduzir as perdas de solo entre 70% e 90% com práticas de caráter edáfico (ex.: adubação, calagem, controle de queimadas), de caráter vegetativo (ex.: plantas de cobertura, quebra ventos) e mecânico (ex.:terraceamento, cultivo em contorno), a exemplo do Sistema Plantio Direto (SPD), Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e consórcio milho-braquiária. A cobertura do solo, com o sistema plantio direto feito de forma adequada, é importante contra a erosão para reduzir o impacto da chuva sobre o solo. "Gotas de chuva com até 6 milímetros de diâmetro podem apresentar velocidade de impacto de até 32 km/h". Além disso, as plantas, por meio de seu sistema radicular, exploram o perfil do solo de maneira diferente.

Nos sistemas conservacionistas, as raízes exploram melhor o solo, evitando sua compactação, fazendo a ciclagem de nutrientes, formando agregados de qualidade e abre caminho para que a água infiltre no solo. Toda água que não infiltra, escorre na superfície, desprende partículas e abre espaço para a erosão. Mas somente a cobertura não impede a erosão. Segundo a professora da UFGD, "o terraceamento agrícola é a prática mecânica mais eficaz para segmentar pendentes." E devem ser feitos mais próximos. Em um experimento simulando uma declividade de 0,03 metros e chuva de 60 milímetros/hora, houve perda de 800 kg de solo enquanto nos sistemas conservacionistas a perda foi oito vezes menor. Elaine mostrou também resultados de outro estudo: enquanto em um plantio convencional foram perdidas 30 toneladas de solo, no plantio direto sem terraços a perda foi de 12 toneladas. O melhor resultado foi no plantio direto com terraços: 2,7 toneladas.

"Construção do Solo para Máxima Produtividade" O chefe geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Guilherme Asmus, disse que o agronegócio está na "cruzada da intensificação com sustentabilidade, aproveitando ao máximo o conhecimento produzido pelas instituições de pesquisa, de ensino, as fundações", ressaltando a relevância das parcerias para o avanço do agronegócio nos novos moldes sustentáveis que a sociedade exige.

Showtec 2017 – O evento acontece entre os dias 18 e 20 de janeiro de 2017, na sede da Fundação MS, em Maracaju (MS). A expectativa dos organizadores é que, como ano passado, mais de 16 mil pessoas passem pelo local e visitem os 130 expositores, com mostras de soluções para os sistemas produtivos.

O evento é realizado pela Fundação MS e promovido pelo Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), Sistema OCB/MS (Organização das Cooperativas Brasileiras), Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul) e Senar/MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). O Showtec conta com o apoio do Sindicato Rural de Maracaju, Prefeitura Municipal de Maracaju, Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia do Mato Grosso do Sul), Embrapa Gado de Corte, Embrapa Agropecuária Oeste, Embrapa Solos, Embrapa Pantanal, Monsanto, Agrisus, Agron, Fundect (Fundação de Apoio do Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul) e Governo do Estado de Mato Grosso do Sul.

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