do Campo Grande News
O pai de família e técnico de som de 49 anos, Joílson Ortiz, arriscou-se para salvar a família que já estava há cinco horas refém de três bandidos durante a noite de ontem (27), no Bairro Guanandi. Morando há 28 anos no local, depois do trauma, eles pensam em ir embora da região.
Além de Joilson, a mulher dele, Rosa Ramos Borges de 41 anos e o casal de filhos Bruno e Clea Borges Ortiz de 24 e 25 anos foram os primeiros a serem rendidos pelos bandidos.
O pai conta que era por volta de 19h30 quando o filho foi até a rua guardar um dos carros da família na garagem. Os três assaltantes abordaram o jovem e as outras três pessoas que estavam na casa.
Enquanto um dos bandidos monitorava a entrada da casa, outros dois foram até a cozinha e amarraram as vítimas. Joílson foi trancado em um banheiro e a mulher e o casal de filhos ficaram na cozinha.
Minutos depois da ação, o irmão do técnico de som, José Benedito Ortiz, 52 anos, e um amigo do filho do casal chegaram na residência da família e também foram rendidos pelos ladrões.
Depois dos seis familiares estarem presos, o namorado de Cléa chegou na casa e foi a sétima vítima a ser rendida pelos assaltantes. A esposa do técnico de som explica que tentou avisar o namorado da filha sobre o assalto. “Eu ligava pra ele quando percebi que ele tinha chegado, mas ele não entendia porque a gente falava muito baixo”, conta Rosa.
Após algumas horas, metade da família foi levada para um quarto e outra metade ficou na cozinha. Joílson foi o único mantido preso no banheiro. O técnico de som explica que a todo o momento os jovens com idade entre 18 e 20 anos agiram a mando de uma quarta pessoa.
“Os bandidos se comunicavam com outra pessoa pelo celular. Eu cheguei a falar com a pessoa que pediu pra eu passar o número do cartão se não mataria minha família”, explica o pai.
Enquanto reuniam os objetos roubados, os ladrões ameaçavam colocar toda a família dentro do baú do caminhão. Os homens só foram embora depois que Joílson conseguiu se desamarrar e lutou com os assaltantes.
Para a mãe da família, a arma usada pelos assaltantes não era verdadeira. “Eu acho que eles estavam com arma de brinquedo porque na hora que meu esposo se soltou, eles queriam atirar, mas acabaram correndo. Moramos há 28 anos aqui, mas agora queremos ir embora”, desabafa.
Antes de fugir, um dos assaltantes ainda disse que a família teve sorte. “Eles disseram que foi sorte nossa ficar na casa porque eles queriam nos levar junto”, conta Rosa.
Da casa, os bandidos levaram o caminhão-baú preto com placas AOP-1326, um Volkswagen Gol Branco, celulares, notebook, computador e televisão. A polícia procura os assaltantes, mas até agora ninguém foi encontrado. O caso foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga.
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