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Temendo ser morto, delegado deixou provas contra corruptos com mais de 10 pessoas

fonte: Campograndenews

Temendo ser morto, o delegado aposentado Paulo Magalhães Araujo, 57, deixou documentação com pelo menos 11 pessoas com provas de corrupção e improbidade de policiais e denúncias de pessoas que atuam dentro da Polícia Civil. A informação é de um delegado aposentado, amigo de Magalhães há mais de 25 anos, que pediu para não ser identificado. Para o amigo, Paulo foi realmente um herói que jamais deixou se corromper. Segundo o amigo de Magalhães, os documentos estão nas mãos de integrantes do judiciário federal e policiais do Rio de Janeiro, que se comprometeram a entregar as provas à policia caso ele fosse morto. “O que eu sei é que a documentação é muito forte: cita nomes e tem provas contra todos os envolvidos na denúncia”, conta. Para o delegado, os assassinos de Magalhães são profissionais pela forma dos tiros - na cabeça e tórax - e a ordem para matar partiu de gente ligada a mesma pessoa que teria encomendado a morte do jornalista Paulo Rocaro. “Pela forma dos tiros o autor dos disparou pode ser até um policial”, declarou. “Embora policial o Paulo não andava armado. Já eu, ando extremamente armado, não confio em ninguém”, declarou. O delegado contou que é amigo de Magalhães há mais de 25 anos e o conheceu na época da academia. “Pra mim Paulo foi realmente um herói. Todos diziam que ele era louco, mas eu queria ser louco como ele. Há algum tempo atrás, Paulo me disse que é melhor morrer lutando do que ficar sem fazer nada e que se ele morresse teria orgulho de ser um brasileiro que lutou por seu país”, confidenciou. Conforme o delegado, Magalhães criou a delegacia mais moderna do Brasil na época, que era a Metropol e que por ter sido honesto, em um país podre como esse, aconteceu essa fatalidade. PEC 37 Sobre a atuação incisiva de Magalhães contra a PEC 37, o amigo dele disse que concordava com seu posicionamento. “Como o Paulo, acho que cada um na sua. Você já viu policial defender as pessoas em juízo? Não existe. De maneira alguma o Ministério Público ia deixar de investigar, mas com essa mentira enganaram a sociedade”, declarou. O amigo disse que Magalhães foi delegado em seis cidades e que nelas indiciou prefeitos e ex-prefeitos. “O inquérito dele estava tão bem relatado, com provas, e assim que entregou ao MPE não deu em nada. Esses prefeitos não chegaram nem a ficar presos. Não deu em nada porque a atuação do MPE é fraca, vivemos em um Estado político”, finalizou.

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