A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Vida, que dispõe de mais de 20 leitos, pode fechar para novos pacientes a partir desta sexta-feira. O motivo é a falta de repasses por parte da Fundação de Serviços de Saúde de Dourados (Funsaud), órgão ligado à Secretaria de Saúde de Dourados, para a empresa prestadora de serviço. De acordo com informações apuradas pela reportagem, a empresa estaria há nove meses sem receber um valor que passaria de R$ 8 milhões.

De acordo com o Conselho Municipal de Saúde, hoje pela manhã haverá uma reunião na sede do órgão com representantes da Saúde do Município para buscar uma alternativa que não prejudique os pacientes. Segundo a presidente da entidade, Berenice de Souza, já foram feitas algumas audiências sobre a falta de repasses, mas não houve uma solução. Além da preocupação de não haver mais vagas para novos pacientes, ainda existe o fato de que daqui a dois meses vence o contrato com a prestadora de serviços. A dúvida, segundo o Conselho, seria se a prefeitura teria condições de arcar com o serviço.

Conforme ainda o Conselho, a empresa teria dado o prazo de até 13 de abril para que a Funsaud apresente uma proposta de pagamento. "Queremos identificar onde está o problema para apontar caminhos e dar prazos para uma solução rápida que evite a interrupção dos serviços. Nós jamais vamos permitir que a qualidade no serviço de UTI caia e prejudique os pacientes como já vimos no passado", destaca.

A prestadora de serviços que explicou que com a falta de pagamentos não é possível adquirir novos suprimentos para novos pacientes, nem cumprir as obrigações trabalhistas. No entanto, assegurou que os pacientes que já estão sendo atendidos na UTI não correm o risco de interrupção e são de responsabilidade da empresa.

Em nota enviada pela Assessoria de Imprensa, a empresa diz que a continuidade do serviço está ameaçada. "Em quase dois anos de operação, a Intensicare atendeu a mais de 1,4 mil pacientes nos 20 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital da Vida, com índice de satisfação da população acima de 90%.

A continuidade deste serviço está ameaçada em razão dos mais de nove meses de atraso, pela Funsaud, no pagamento dos serviços prestados. Diante a este grave quadro de inadimplência, que inviabiliza a operação da UTI, a empresa pode ser forçada a interromper novas admissões a partir do dia 13 de abril de 2018 para garantir a qualidade do atendimento, bem como a segurança, dos pacientes que já se encontram em tratamento"

A redação entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Dourados por e-mail e por telefone, mas não obteve retorno até o fechamento da edição.