ECONÕMIA EM CRISE

Venda de veículos novos cai 20% em setembro, diz Fenabrave

As vendas de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos no Brasil recuaram 20% em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2015, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (5) pela federação dos concessionários, a Fenabrave.

Em setembro, foram emplacadas 159,9 mil unidades novas no país. Com relação a agosto, que registrou 178 mil unidades, houve queda de 13%, considerando 2 dias úteis a menos. No acumulado do ano, o mercado brasileiro encolheu 22,7%, de 1,95 milhão para 1,5 milhão, na comparação os 9 primeiros meses de 2015.

Para a Fenabrave, o desempenho negativo das vendas foi influenciado também pelo ritmo menor de produção no Brasil.

A Volkswagen ficou parada por cerca de 1 mês, por exemplo, por causa de um problema com fornecedores de peças. Outras fabricantes também ajustaram a produção, para reduzir os estoques. Veículos de passeio A Fenabrave pioroi a projeção de vendas de carros e comerciais leves (SUVs, picapes e furgões) no ano. Agora espera queda de 19,5%, com 1,99 milhão de unidades emplacadas. Em agosto, a estimativa era de declínio de 18%.

A federação diz que há sinais de recuperação econômica, mas se vê mais cautelosa com as vendas de carros e comerciais leves porque elas dependem de emprego, renda e crédito. E, na visão da entidade, não haverá melhoria rápida para esses itens.

"O segmento de autos e comerciais leves deverá ser o último a ter recuperação", afirmou o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção.

Vendas diárias e estoques As vendas diárias de automóveis e comerciais leves ficaram em 7.380 unidades em setembro, contra 7.443 em agosto, divulgou a entidade. Em relação aos estoques, a média foi de 23 dias em setembro, enquanto agosto apresentou 19 dias.

Veículos pesados

Os piores números estão no segmento de veículos pesados. No mês passado, apenas 828 ônibus foram emplacados, o que representa 46% a menos que as 1.539 unidades de setembro de 2015. Com relação a agosto deste ano, que teve 1.413 licenciamentos, a queda foi de 41%.

Já o número de caminhões ficou 30% abaixo, na comparação com as 5.9 mil unidades registradas no nono mês do ano passado. Pelo menos, as 4,1 mil unidades de setembro ficaram mais próximas do verificado em agosto deste ano, que teve 4,3 mil. Apesar dos desempenho ruim do segmento, a Fenabrave acredita que a linha de pesados será a primeira a se recuperar. Para a entidade, isso ocorrerá com a aceleração de investimentos, sobretudo os de infraestrutura pública.

Motos

Contabilizado em separado dos automóveis, o comércio de motocicletas novas vem aprofundando sua crise, com queda de 29% em relação a setembro do ano passado. O segmento acumula retrocesso de 18% no ano. De acordo com o presidente da Fenabrave, a situação para motos piora pela falta de crédito. Para automóveis, 3 pedidos de financiamento são aprovados em cada 10, enquanto o índice está em apenas 1 a cada 10 para motos. "Só quem realmente pode pagar está tendo a ficha aprovada", afirmou Alarico.

Por marcas A Chevrolet liderou as vendas em setembro, com 18,24% do mercado de carros e comerciais leves, seguida por Fiat (14%) e Hyundai (10,9%). Em um momento atípico, a Volkswagen foi para a 7ª posição, com apenas 7,8% das vendas no mês.

Por modelos

Renovado recentemente, o Onix continua na liderança do mercado brasileiro, já com folga para o Hyundai HB20. O Ford Ka aparece em 3º lugar, mas bem distante dos dois primeiro

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