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Zootecnista de MS cria "sugar" de vaso para acabar com mau cheiro

fonte: Campograndenews

Um dia, em casa, a situação foi tão feia, que o zootecnista douradense Luiz Carlos Ortiz do Nascimento, hoje com 59 anos, logo pensou: bem que poderia existir algum equipamento capaz de eliminar, de maneira rápida, sem trabalho, o mau cheiro do banheiro depois do número dois. A inspiração veio de uma reclamação da própria esposa, momentos depois dele ter deixado o “trono”.

A mulher, incomodada com o “aroma” nada agradável, tentava secar o cabelo no banheiro que o marido acabara de sair, mas as narinas não suportaram a pressão e ela, sem pestanejar, esbravejou, com razão, presume-se. “Ela reclamou do fedor e eu falei: Só seu eu pegar esse secador e inverter. Ao invés dele assoprar, poderia ‘chupar’ o ar, fazer uma exaustão e jogar o cheiro no ralo ou em algum lugar”, disse.

A resposta, espontânea, pode ter sido ríspida, mas, naquela situação específica, não resolveu o problema. A ideia, porém, ficou na cabeça dele, desde 1993, ano do fato e, diga-se de passagem, da bronca nada discreta. Carlos se dedicou a pensar e pesquisar.

Queria encontrar uma maneira de criar a engenhoca. Não se contentava em saber que, depois da invenção do vaso, no século XVI, ninguém mais tinha desenvolvido um aparelho para deixar o ambiente mais aconchegante, menos fedorento para o próximo visitante.

Curioso, ele foi atrás. “Comecei a mexer nisso em 2000, com tubo de PVC e uma hélice, mas a potência era muito baixa”, relembrou. Empenhando, o zootecnista, sempre que podia, saia à procura de novos materiais. Nas mãos dele, até o suporte para copos de cafezinhos virou experimento, mas o projeto não deu certo.

A invenção – Foi só depois de “bater a cabeça”, que Luiz Carlos conseguiu, enfim, desenvolver o “sugar”, uma turbina, um motorzinho que gira, nas palavras dele, a uma velocidade de 14 mil RPM (Rotação por Minuto). O aparelho, no início, era ele mesmo quem fazia, montando peça por peça. Hoje, disse, já é possível encontrar o produto pronto em lojas de São Paulo. O poder de exaustão, garante, é enorme, com rotação “mais potente que um carro de fórmula 1”.

A propagada parece exagero, mas ela sustenta o discurso e, seguro, faz o “merchandising” com segurança. “Ela [a turbina] suga todos os gases que são liberados quando você está usando o vaso. Puxa e joga no esgoto. Fica 100%”, comentou.

O aparelho é instalado na parte debaixo do vaso e ligado a ele por uma mangueira de silicone. Apesar da fabricação manual, a tecnologia não ficou de fora. No teto do banheiro deve ser colocado um sensor de movimento, que identifica quando alguém ocupa o “trono” para que, imediatamente, a turbina seja ligada e o fedor eliminado com discrição e em tempo recorde.

“É instantâneo. Na mesma hora. Quando você chega e senta no vaso, ele já está ligado. Depois do uso, se der descarga, não fica odor nenhum. Nem quem usa sente”, garante, acrescentando que o gasto com energia é mínimo e a durabilidade, pelos testes feitos até agora, no banheiro da própria casa é de, pelo menos, seis anos. Ligada, a turbina aguenta, segundo ele, 20 horas seguidas, mas ninguém, teorizou, fica esse tempo todo sentado no vaso, né?

Negócio lucrativo - A invenção do douradense, pelo visto, parece ter dado certo. O arquiteto Valdemir da Costa Jacomini, de 54 anos, é um dos clientes do zootecnista. Há aproximadamente 6 meses ele comprou um sugar para o banheiro do escritório.

O preço é alto, disse, mas o benefício compensa. “Até agora não deu problema. Realmente tira o mau cheiro. Você pode fazer o serviço que, quando sai, não tem odor. Durante o tempo que está sentado você também não sente”, conta. Jacomini pretende indicar o aparelho para clientes, em futuros projetos.

Desde que começou a fabricar o “sugar”, em 2007, o sul-mato-grossense já vendeu pelo menos 600 unidades, para clientes de endereços comerciais e residenciais, todos de Dourados. Na lista, estão escritórios, restaurantes, consultórios e até um hospital.

A procura aumenta a cada dia. Luiz comercializa, em média, 40 unidades por mês. “Aqui eu já coloquei na casa do secretário de saúde, em residência de médico, em clínicas”, contou. No município que fica a 225 quilômetros de Capital, o produto já está disponível, inclusive, em lojas de materiais de construções. Custa R$ 400,00. O valor inclui a instalação.

O zootecnista ainda não está fazendo entregas fora da cidade, mas disse que pode aceitar encomendas de, no mínimo, 10 aparelhos. Para quem se interessou, o número de contato é o (67) 8203-4666.

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