A estiagem prejudicou as lavouras de milho safrinha, mas as chuvas que já ocorreram e as previstas para os próximos dias devem contribuir com melhorias na umidade do solo em favor das lavouras. Dados do Guia Clima, indicam que atualmente o solo se encontra com 50% da água disponível para o adequado desenvolvimento da cultura.
O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste e responsável pelo Guia Clima, Carlos Ricardo Fietz, explica que “para chegar a condição ideal de água no solo, adequado para o pleno desenvolvimento do milho safrinha na região, ainda seria necessário uma quantidade de 45 mm de água infiltrada no solo, o que demanda chuvas com um total de aproximadamente 55mm”, explica Fietz.
Esses dados podem ser acompanhados pelos produtores rurais e demais interessados, em tempo real, por meio de consultas on line ao Guia Clima, da Embrapa Agropecuária Oeste, através de buscas realizadas por meio do menu Balanço Hídrico.
O agrometeorologista disse ainda que apesar da chuva do dia 11 de maio ter sido significativa, 36.3 mm, a primeira após 40 dias de estiagem, ainda é preciso mais que o dobro para que os solos atingirem a condição ideal de umidade e destaca que a “média mensal histórica de chuvas em maio em Dourados é de 109 mm”.
O engenheiro agrônomo da Embrapa Agropecuária Oeste, Gessi Ceccon, explica que os produtores sabem que as condições climáticas são de risco para o cultivo do milho nessa época do ano e explica, que é por esse motivo, que é chamado de milho safrinha ou milho de segunda safra.
Segundo ele, esse ano a situação tem se mostrado mais crítica do que o esperado, pois até agora já aconteceu tudo o que não podia, prejudicando o crescimento e o desenvolvimento fisiológico das lavouras de milho e explica “para começar, tivemos um verão chuvoso que atrasou a colheita da soja e, consequentemente, o plantio do milho. A geada que também preocupa ainda não chegou e espera-se que demora a ocorrer. Porém, a estiagem aconteceu e teve seu auge no momento em que a maioria dos híbridos floresceu”.
Os prejuízos enfrentados pela estiagem na fase de florescimento das lavouras são irreversíveis, mas ainda não se tem uma estimativa quantitativa de perdas. “Ainda temos que esperar para ver o que vai acontecer, observando com atenção os possíveis impactos que as mudanças climáticas poderão ocasionar daqui para frente”, completou ele.
Queda acentuada de temperatura - Segundo Fietz, os serviços e institutos de meteorologia estão prevendo chuvas que devem ocorrer em Dourados, a partir de sexta-feira, 18 de maio. Dados do Meteoblue, indicam que a probabilidade é de 80%, para uma chuva de 5 a 10mm. No sábado, com probabilidade 80%, deve chover cerca de 15mm. “Se confirmadas, as previsões indicam a chegada de uma frente fria, que tem início com um período chuvoso, seguido de queda nas temperaturas, assim que as chuvas cessarem. As previsões variam, porém demonstram que no domingo os termômetros poderão registrar temperaturas mínimas de 6º a 10ºC e que a frente fria deve permanecer até terça-feira. Já na quarta, a temperatura volta a subir”, explicou ele.
Conheça o Guia Clima - Trata-se de um sistema de monitoramento agroclimático que disponibiliza, em tempo real, dados sobre as condições meteorológicas (temperatura, umidade do ar etc.), informações (médias, normais etc.) e alertas (baixa umidade do ar, ventos fortes, geadas etc.), que podem ser usados para auxiliar na tomada de decisões. Atualmente, o Guia Clima opera com três estações meteorológicas situadas em Dourados, Rio Brilhante e Ivinhema.
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