Levantamento feito pela Tendências Consultoria Integrada mostra que somente Mato Grosso do Sul e outros cinco estados (Pará, Roraima, Mato Grosso, Santa Catarina e Rondônia) serão capazes de manter o crescimento econômico e até mesmo superar o Produto Interno Bruto (PIB) registrado em 2014 – quando o País entrou na pior recessão da história.
O desempenho, puxado pela iniciativa privada, deve dar um pouco de fôlego aos novos governadores, que terão de cortar gastos e reduzir a folha de pagamento para se enquadrar na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Mato Grosso do Sul já está fazendo a lição de casa nesse ponto. O governador Reinaldo Azambuja determinou corte de 30% nas despesas com servidores comissionados, entre outros ajustes de gastos.
A Consultoria aponta que, no geral, quase todos os estados estão com as despesas de pessoal acima do limite de 60% e enfrentam dificuldade para pagar servidores. Mas, no caso de Mato Grosso do Sul, com crescimento maior da economia, a arrecadação tende a aumentar e dar ligeira folga aos cofres públicos.
Nos demais 20 Estados e no Distrito Federal, os novos governadores não terão o mesmo alívio. Pelo levantamento, eles terão crescimento abaixo da média nacional e não conseguirão voltar ao nível pré-crise. Alagoas, Maranhão e Sergipe são os que estão mais distantes do patamar de PIB registrado em 2014. “Em vários locais, esse nível só deverá ser alcançado em 2020 ou 2021”, diz o economista da Tendências, Adriano Pitoli, responsável pelo levantamento ‘Cenários Regionais 2019-2023’.
Ele explica que, no caso dos seis Estados, a economia foi impulsionada pelo bom desempenho do agronegócio, pela maior exposição ao mercado internacional e pela maturação de projetos de mineração, como o da Vale, no Pará. Há ainda aspectos inusitados que devem ter impacto no PIB, diz Pitoli. É o caso do crescimento do número de imigrantes venezuelanos em Roraima – que esteve sob intervenção federal até 31 de dezembro. “Mesmo que de forma atabalhoada, há um movimento maior da economia, com mais pessoas buscando ocupação e suporte do governo federal.”
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul devem ser influenciados pela expectativa de safra recorde de soja em 2019. A agricultura também reforçará a economia de Rondônia. Em Santa Catarina, o dólar favorável vai ajudar a indústria de carne e metalurgia.
Pelos dados da Tendências, em 2017 e 2018, esses Estados já tiveram um desempenho acima da média nacional. E devem continuar assim neste ano. Em termos regionais, o Norte terá o maior avanço do PIB em 2019 por causa da recuperação de algumas áreas, como a indústria eletroeletrônica do Amazonas muito sensível ao ciclo econômico. Junto com o Nordeste, a região foi uma das que mais sofreram com a recessão econômica.
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