O dólar opera em alta nesta quarta-feira (10), corrigindo parte da forte queda acumulada em outubro e à espera da pesquisa Datafolha de intenção de votos para o segundo turno da eleição presidencial, a primeira após o 1º turno.
Às 10h44, a moeda norte-americana subia 1,26%, vendida a R$ 3,7556. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda norte-americana caiu 1,51%, vendida a R$ 3,7090. Foi o menor valor desde o dia 3 de agosto, quando o dólar encerrou o dia a R$ 3,7069.
Na semana, a moeda dos EUA já cede 3,78%. No mês de outubro, a desvalorização é de 8,14%. Já no acumulado do ano, ainda avança 11,94%.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 7,7 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de novembro, no total de US$ 8,027 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
Cenário eleitoral
Segundo a agência Reuters, contribuía para o movimento de correção nesta quarta declarações do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) sobre a reforma da Previdência, afirmando que a atual proposta do presidente Michel Temer dificilmente será aprovada.
Na avaliação do mercado, as declarações do candidato do PSL vão na contramão da visão de seu coordenador econômico, o economista liberal Paulo Guedes.
"Ele se coloca numa posição de antagonismo à de seu assessor econômico, que é mais agressivo (no que se refere à reforma da Previdência)", disse à Reuters o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva, para quem "o viés segue sendo de baixa para o dólar porque o mercado ainda crê na vitória de Bolsonaro no segundo turno".
Sob a influência do noticiário eleitoral, o mercado aguarda ainda a divulgação, às 19h, de pesquisa Datafolha, a primeira após o primeiro turno da eleição presidencial.
No exterior, o dólar também subia ante as divisas de países emergentes, como o rand sul-africano e o peso mexicano. Ante a cesta de moedas, o dólar tinha leve queda, destaca a Reuters.
Ajustes nas perspectivas
Desde agosto, a moeda norte-americana vinha se mantendo acima de R$ 4, em meio a incertezas sobre o cenário eleitoral e também ao cenário externo mais turbulento, o que fez aumentar a procura por proteção em dólar.
A expectativa de que a cautela iria predominar nos mercados foi substituída por ajuste de posições nos últimos pregões, em meio ao resultado das últimas pesquisas eleitorais antes do 1º turno.
O mercado prefere candidatos com viés mais reformista e entende que aqueles com viés mais à esquerda não se enquadram nesse perfil. E, com o resultado das eleições, o mercado entende que o país poderá ser governado por alguém com o perfil adequado à sua preferência.
A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 permaneceu em R$ 3,89 por dólar, segundo previsão de analistas de instituições financeiras divulgada por meio de boletim de mercado pelo Banco Central nesta semana. Para o fechamento de 2019, ficou estável em R$ 3,83 por dólar.
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