A frase que dá origem ao título foi dita por Renato Gaúcho no programa esporte espetacular de domingo durante uma interessante matéria sobre a carreira de técnicos de futebol.
Destaco alguns pontos da matéria: atletas desejam técnicos que sejam capazes de dar forma as suas idéias; liderança é uma competência mandatória na carreira; técnicos brasileiros carecem de formação e reciclagem para serem bem sucedidos. Todas essas considerações estão relacionadas a baixa qualidade da educação/formação recebida pelos profissionais brasileiros. Ser bom professor demanda conhecimento e formação apropriada; liderança é uma competência que se aprende e se reforça quando somada a talento inato. Cito como exemplo, uma das dificuldades para a inovação no esporte: um graduado em Educação Física ( que imagino seja a formação majoritária dos técnicos) egressa da universidade sem conhecimento mínimo de estatística para unir-se ao esporte de elite; como a construção de qualquer avaliação de rendimento requer base estatística, sem essa competência , os profissionais encontram dificuldade não só no exercício da carreira como na transmissão do conhecimento.
A baixa qualidade da educação brasileira não é a única causa e consequencia das deficiências encontradas no corpo técnico nacional. Zico, no mesmo programa, afirmou que o técnico é responsável por algo entre 20% ou 30% do sucesso do jogador. Esse percentual de impacto do técnico sobre a carreira do jogador é muito alto para um profissional que além das restrições da sua bagagem educacional , precisa lidar com a necessidade de remontar seu time todo primeiro semestre quando as transferências para o exterior ocorrem e com a pressão por resultados que resulta na média de cinco meses de permanência no cargo. Imaginem duas provas de ENEM por ano e as escolas demitindo seus professores a cada semestre devido a reprovação do alunato.
A matéria menciona Pep Guardiola, atual técnico do Manchester City e ex- Barcelona. Em particular, cita o ano sabático que Guardiola passou estudando nos Estados Unidos para aprender a aplicar princípios científicos aos processos e protocolos que ele, com sucesso, até então realizava "por intuição". Guardiola passou seu ano de estudos no MIT (Massachusetts Institute of Technology), um dos mais destacados centros de excelência do mundo. Me pergunto , quantos técnicos brasileiros tomariam essa decisão; quantos saberiam inglês o suficiente para estudar no exterior; quantos teriam base, determinação e humildade para enfrentar estudos de alto nível. Pois é amigos, Educação faz muita falta.
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