O ano de 2020 representou um salto expressivo nas vendas de bicicletas no país em meio à pandemia do novo coronavírus. O meio de transporte se tornou uma opção para a população, seja para evitar aglomerações devido o risco de contaminação, otimização de tempo ou lazer.
Conforme um levantamento realizado pela Associação Brasileira do Setor de Bicicletas, a Aliança Bike, venda de bicicletas cresceu 118% na pandemia.
Segundo o gerente de vendas da loja de bicicletas Ciclo Esporte, Alberto Soares, houve um aumento significativo de procura desde o início da pandemia, em razão das pessoas buscarem alternativas de transporte que as fizessem se sentirem mais seguras e a prática de atividades físicas.
“O movimento mais dobrou na minha loja, e pelo jeito vai continuar assim neste ano. Acho que a população está se preocupando mais com o corpo, fazer atividade física e também evitar andar de ônibus dependendo da distância, as bicicletas podem ser uma ótima alternativa’, destacou.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso da bicicleta traz zero de poluição e mais saúde para os condutores, além de ser um meio de transporte mais seguro para quem precisa sair de casa.
Soares reitera que em sua empresa, os modelos de maior sucesso são as de passeio com estilo mais urbano, em seguida estão as mountain bikes, adequadas para uso em estradas de terra. Com a demanda expressiva, o comerciante afirma que dependendo do produto, pode estar em falta no estoque.
"Às vezes os clientes precisam lidar com a espera na entrega ou até mesmo a falta de produtos, várias lojas estão passando por essa situação, é necessário paciência”, afirma.
BEM-ESTAR
Por conta das restrições impostas pela pandemia, a bicicleta vem sendo destaque, além de ser uma opção de transporte individual, que diminui drasticamente os riscos de contaminação. O personal trainer, Murilo Santos, ressalta os benefícios de pedalar para a saúde.
“É muito importante esse despertar da população para as bicicletas, pedalar também ajuda no resgate da autoestima e promove sensação de bem-estar. Além disso, em meio a pandemia, evita aglomerações nos transportes coletivos, que costumam a estar sempre lotados”, disse o profissional ao Correio do Estado.
A professora de matemática, Rosana Rodrigues, 38, pedala diariamente 10 km e já havia adotado a bicicleta como meio de transporte muito antes da pandemia. Ela afirma que a atividade está fazendo a diferença em sua rotina.
“Eu voltei a praticar pois estava muito sedentária, agora eu ando de bike uma vez por dia, pelo menos cinco dias por semana. A diferença que já estou notando na minha saúde, é o que me motiva, está sendo uma terapia, pretendo continuar andando por muito tempo”, afirma.
Murilo Santos reitera que é necessário tomar alguns cuidados. “Algumas ruas e avenidas movimentadas de Campo Grande possuem ciclovias, mas não são todas. São muitos perigos, os motoristas dificilmente respeitam os ciclistas. Existe uma resistência ao uso do capacete, que é extremamente importante. Sinalizadores, buzina eletrônica e roupas chamativas podem contribuir para a segurança”, ressalta.
Vendas de bicicletas têm aumento de 50% em 2020 na comparação com 2019 - Arquivo Correio do Estado
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