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Entorno dos estádios da Copa do Mundo deixa Jérôme Valcke aflito

Estadão

Jérôme Valcke ameaçou riscar a Arena da Baixada do mapa da Copa, torceu o nariz para a buraqueira do gramado da Arena Pantanal, mas outro aspecto também o deixou preocupado na série de inspeções aos estádios que fez durante a semana: o secretário-geral da Fifa não reclamou publicamente, mas não gostou de ver que ainda há muita coisa por fazer no entorno das arenas. Teme que o acesso do torcedor seja comprometido.

O dirigente admite que deixar o lado externo dos estádios em condições de receber as pessoas, com intervenções como a construção de calçadas, colocação de gramado e até mesmo pavimentação de vias são tarefas bem mais simples do que obras internas. Mas considera que, se esse tipo de trabalho for deixado para a última hora, pode causar desconforto ao torcedor."Para ele, o acesso tem de ser fácil e seguro. Calçadas malfeitas, pedras espalhadas, blocos de grama soltos, tudo isso pode causar acidente", disse pessoa ligada à organização da Copa que conversou com o francês.

Valcke, segundo ele, não teria gostado de ver operários colocando placas de grama nos canteiros externos da Arena das Dunas na quarta-feira, horas antes da inauguração. Também ficou espantado ao ver que no entorno da Arena Pantanal quase nada foi feito e com as falhas no gramado, plantado no início de dezembro. Informado de que os responsáveis pela obra garantiram que até fevereiro todas as fases do plantio estarão concluídas e o gramado ficará "um tapete", teria se mostrado cético. No Itaquerão, a garantia dada pelas autoridades paulistas de que a maior parte das intervenções, inclusive as viárias, ficará pronta até abril foi bem recebida.

MENOR DOS PROBLEMAS

Mas a maior preocupação de Valcke, claro, é com a Arena da Baixada, cujo custo subiu para R$ 319 milhões. Apesar da ameaça de exclusão, espera que tudo se resolva. "Seria um grande transtorno para a Fifa ter de reposicionar os quatro jogos marcados para Curitiba", reconheceu.

Como a Fifa, sem alternativa, admite esperar até o final de abril para ter o estádio pronto - a grama começou a ser implantada na sexta-feira - e nem evento-teste exige mais, Valcke acredita que tudo dará certo.

Mas ele está profundamente irritado com o descaso dos responsáveis pela obra. Lembrou que em dezembro, dois dias antes do sorteio dos jogos, a Fifa passou uma manhã inteira discutindo formas de acelerar a obra e foi estabelecida uma agenda de trabalho que acabou ignorada.

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