O ex-presidente da CBF Marco Polo del Nero foi banido definitivamente de atividades relacionadas ao futebol, em decisão divulgada nesta sexta-feira (27) pela Fifa. O ex-dirigente foi considerado culpado, após investigação por suspeita de ter recebido subornos em troca de favorecer empresas em contratos para exploração de mídia e marketing de torneios nacionais e internacionais.
Além de afastá-lo definitivamente, a Fifa informou que Del Nero terá de pagar multa de 1 milhão de francos suíços, o equivalente a R$ 3,5 milhões (na cotação desta sexta-feira). Segundo a entidade, o dirigente já foi notificado da punição.
Em dezembro do ano passado, Del Nero havia sido suspenso provisoriamente por 90 dias, punição que foi estendida em fevereiro por mais 45 dias. O resultado das investigações saiu nesta sexta, com a conclusão de que Del Nero teria cometido as irregularidades e determinando sua exclusão definitiva.
“Como consequência, o Sr. Del Nero está banido por toda a vida de todas as atividades relacionadas ao futebol (administrativa, esportiva ou qualquer outra), tanto a nível nacional e internacional. Além disso, uma multa no valor de 1 milhão de francos suíços foi imposta a Del Nero”, diz nota da entidade máxima do futebol.
Histórico
A investigação da Fifa contra Del Nero teve início após o escândalo de corrupção que assolou a entidade em 2015. Na ocasião, sete dirigentes ligados a confederações das Américas foram detidos em hotel na Suíça sob a acusação de integrar esquema criminoso em contratos televisivos. Entre os presos estava José Maria Marin, ex-presidente da CBF.
Del Nero também estava na Suíça no momento das prisões e retornou imediatamente ao Brasil. Desde então, o dirigente não fez mais viagens internacionais, se ausentando de diversos compromissos importantes pela CBF.
Os pedidos de prisão dos dirigentes foram pedidos pela Justiça dos Estados Unidos, que realizou ampla investigação sobre relações comerciais de torneios da América.
Ex-executivos das empresas Traffic e Torneos, que tinham direitos de competições, acusaram Del Nero de receber subornos por contratos. No total, é apontado que o dirigente ganhou US$ 6,5 milhões em propinas por acordos da Libertadores e da Copa América. O cartola brasileiro sempre negou as acusações, mas tais informações foram requeridas pelo comitê disciplinar da Fifa para realizar a investigação interna.
Del Nero iniciou sua carreira no futebol como dirigente no Palmeiras, clube no qual atualmente é conselheiro vitalício. Chegou a ocupar cargo no Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP) na década de 80 e tornou-se um dos vice-presidentes da Federação Paulista de Futebol (FPF) na gestão de Eduardo José Farah.
Ele assumiu o comando da entidade em 2003, permanecendo na presidência até 2015, quando assumiu a direção da CBF. Antes mesmo de assumir o cargo, porém, já era visto como o ‘homem-forte’ da entidade máxima do futebol brasileiro, atuando como vice de José Maria Marin. A eclosão do caso Fifa em 2015, porém, deu início à derrocada do dirigente e terminou com seu banimento nesta sexta.
(Com informações do UOL)
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