A polícia do Rio pediu a prisão de outros quatro diretores da empresa inglesa THG, que vendeu ingressos para a abertura da olimpíada Rio 2016 a mais de US$ 8 mil. Entre eles, está Marcus Evans, inglês que é dono do time de futebol Ipswich Town e controlador da empresa. A THG também está envolvida na máfia dos ingressos para a Copa do Mundo de 2014. As prisões foram pedidas na quinta-feira (11) e deferidas na sexta (12).
Além de Evans, o Juizado de Grandes Eventos deferiu também o pedido de prisão do irlandês David Patrick Gilmore, do inglês Martin Studd e do holandês Marten Van Aos. Nenhum dos que tiveram o pedido de prisão deferido está no Brasil. Na semana passada, a polícia já havia prendido o irlandês Kevin James Mallon, diretor da THG. Mallon foi encontrado na sexta-feira (5) com 32 ingressos falsos para a Olimpíada e autuado por associação criminosa, marketing por emboscada e facilitação ao cambismo. Sobre o pedido de prisão desta segunda, o delegado Ricardo Barbosa, da delegacia de Defraudações, que invetiga o caso, afirmou: "Era uma ação dissimulada, simulada na venda de um programa de hospitalidade que na verdade nunca existiu. O objetivo era conseguir ganho financeiro vendendo ilegalmente ingressos no nosso território". A THG não tem autorização do Comitê Rio 2016 para vender tais pacotes. De acordo com a polícia, os diretores souberam quase imediatamente da prisão de Kevin Mallon, no dia da abertura da Olimpiada, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Além dos ingressos falsos, o irlandês vendia entradas oficiais "por preços altíssimos", informou a polícia. Cada ingresso para a abertura da Rio 2016 era vendido a US$ 8 mil (cerca de R$ 25,4 mil), de acordo com os investigadores. "Com esses ingressos, essa empresa conseguiria lucros de até R$ 10 milhões", afirmou o delegado Ricardo Barbosa nesta segunda.
"Nós tivemos o afastamento do sigilo telefônico de Kevin Mallon, e quando ele estava sendo autuado, Marten Van Oos [diretor da THG há 10 anos] e Marcus Evans estavam sabendo, ligando para ele", disse Aloysio Falcão, delegado-assistente do grupo que investiga o caso.
Segundo a polícia, os diretores da empresa viriam ao Brasil para a final do futebol da Olimpíada. No entanto, não há sinais de que qualquer um deles tenha vindo para o Brasil no período dos Jogos. A THG foi a empresa responsável pela venda oficial de ingressos para a Olimpíada de 2012, em Londres, mas não estava credenciada para repassar ou vender entradas para os Jogos do Rio. A THG comprou os ingressos por meio da empresa Cartin, que estava credenciada para essas operações.
"Chegamos a um hotel na Barra da Tijuca, no qual essa empresa [THG] entregaria os ingressos aos compradores e os levaria ao Maracanã. Lá, os policiais agiram", explicou o delegado que comandou a operação. Os 20 compradores que estavam no hotel foram levados à Cidade da Polícia, no Jacaré, Zona Norte do Rio, e Kevin James foi preso em flagrante. Em seguida, a polícia conseguiu um mandado de busca e apreensão, com o qual 781 ingressos oficiais foram recuperados.
"Eram ingressos muito qualificados, para as cerimônias de abertura e encerramento", disse Barbosa. Segundo ele, os compradores das entradas são considerados apenas testemunhas no caso.
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