Esporte

Vaias a "desconhecidos" da torcida viram marca na preparação da Seleção

Em meio ao apoio constante que vem recebendo nos estádios, a Seleção Brasileira vê um fato negativo vindo das arquibancadas marcar sua preparação para a Copa das Confederações: a vaia aos jogadores que tiveram passagens rápidas pelos clubes brasileiros e se transferiram rapidamente à Europa.

Esta situação já foi vivida com maior intensidade principalmente com o atacante Hulk, do Zenit, e com o volante Luiz Gustavo, do Bayern de Munique. Com um histórico de quase nunca ter atuado no Brasil, mas com sucesso no futebol japonês e português, Hulk foi a principal vítima dessa atitude da torcida na preparação.

No amistoso contra a Inglaterra no Maracanã, além de ver os torcedores pedindo a presença de Lucas em seu lugar durante quase toda a partida, o jogador ainda acabou vaiado na sua saída do gramado. "Não joguei no Brasil. É normal, as pessoas não me conhecem, não sabem meu estilo de jogo. Procuro sempre fazer o meu papel e fazer o melhor pela Seleção", disse o atacante, alguns dias após a partida.

No amistoso contra a França, a situação mudou um pouco. Efusivo, Hulk chamou a torcida por várias vezes e escutou gritos muito mais tímidos pelo seu "concorrente" de posição. Apesar disso, evitou falar em mudança de postura dos torcedores. "Torcida não me apoiou não, apoiou a Seleção Brasileira toda, não só eu. Estamos gratos de ter a torcida do nosso lado, e é isso que a gente quer. A torcida estando 100% do nosso lado, nos apoiando, que a gente vai correr dentro de campo para dar essas vitórias a eles".

Se os torcedores gaúchos pegaram mais leve com Hulk, o mesmo não se pode dizer do volante Luiz Gustavo na partida contra os franceses. Com o gremista Fernando como "rival" de posição, o jogador do Bayern foi vaiado na escalação, viu o nome do concorrente ser gritado com apenas 4min do primeiro tempo. Porém, assim como Hulk, Luiz Gustavo preferiu minimizar a atitude dos torcedores do que entrar em embate com eles.

"Não foram vaias, foi so um ruído, procurei fazer o mais simples possível, procurei não inventar. Até porque na minha posição não posso fazer isso. Eles se comportaram muito bem. Era normal que pedissem o Fernando. Até porque ele é um moleque muito bom, jogador do Grêmio. No final, ele acabou entrando. Na minha alteração, os torcedores aplaudiram. Então está tudo certo", afirmou o volante, que no Brasil atuou apenas pelo Corinthians Alagoano e pelo CRB.

Provação

Durante as entrevistas, os "desconhecidos" da torcida tem reconhecido que ainda é difícil cairem na graça do povo brasileiro por não terem identificação com clubes do País. Mesmo com passagem boa pelo Figueirense, o lateral Filipe Luis vive essa experiência. Ainda surpreso pela torcida esquecer de suas exibições pelos gramados nacionais, o jogador adotou nesta semana um discurso de humildade ao ser indagado sobre o assunto.

"O mais importante é que a torcida saiba que esse grupo quer fazer o melhor. Eu também acredito no futebol mais eficaz. Não tão bonito, mas que as vitórias são importantes. Tenho muito o que conquistar. Estou apenas começando. espero responder as oportunidades e ganhar o apoio do público".

Outro a falar sobre essa falta de conhecimento do torcedor foi o zagueiro Dante, que no Brasil atuou profissionalmente apenas pelo Juventude. "Vamos fazer por onde para começar a ser mais conhecido, ter a confiança, a adoração de todos. Dar tudo de nós mesmos, com o coração e nossa alma", afirmou o zagueiro, que por seu jeito carismático parece ter caído um pouco mais nas graças da torcida do que os outros "desconhecidos". O exemplo disso é que ele foi muito aplaudido após entrar no amistoso contra a França, no último domingo.

fonte: Terra

Comentários