Assim, à primeira vista, não há comparação. Semelhanças? Talvez o 1.70m de altura. Colocar Lionel Messi e Ahmed Musa em igualdade de condições para um duelo soaria como um disparate, mas estamos falando de Copa do Mundo.

São Petersburgo receberá um daqueles embates improváveis que definem o futuro de nações com esperanças depositadas em seus craques. Argentina ou Nigéria? Messi ou Musa? O tempo - mais precisamente 90 minutos - dirá.

O que se sabe até aqui na Copa do Mundo da Rússia é que o baixinho nigeriano já deu mais alegrias aos argentinos que o craque do Barcelona. Foi o pé direito de Musa que praticamente ressuscitou uma Argentina de guarda baixa após a goleada sofrida para Croácia. Com o triunfo da Nigéria sobre a Islândia, o Grupo D embolou e tudo será decidido a partir das 15h (de Brasília) desta terça.

A empolgação dos hermanos foi tanta que memes tomaram conta das redes sociais e até um apelido: Lionel Musa. A visibilidade instantânea, por sua vez, não significa que o atacante nigeriano seja novidade para os argentinos. Há quatro anos, no último mundial, foi ele quem marcou os dois gols na derrota por 3 a 2 dos africanos, em Porto Alegre. O primeiro duelo com Messi, porém, terminou empatado 2 a 2.

Aos 25 anos, Musa está em sua segunda Copa do Mundo - revelação aos 17 anos, perdeu o Mundial da África por lesão no joelho - e surge como um daqueles fenômenos que chamam a atenção de quatro em quatro anos. Com apenas 111 gols na carreira (505 a menos que Messi), defendeu o CSKA de Moscou por cinco temporadas e retornou no início de 2018 depois experiência frustrada no Leicester:

Ele teve dificuldades e pedi que fosse para outro lugar jogar e estar em ritmo de competição. Musa voltou para a Rússia e vim vê-lo no inverno, treinando na neve, lutando para voltar ao melhor ritmo. Ficamos felizes pelos gols contra a Islândia, marcados com ótima técnica em jogadas construídas pelo time - disse Gernot Rohr, técnico alemão da Nigéria.

A volta ao futebol russo recuperou Musa, que chega ao jogo que vale vaga nas oitavas com um desempenho melhor que o "rival" Messi na Copa do Mundo. Reserva na estreia contra a Croácia, entrou no segundo tempo e soma um total de 131 minutos em campo contra 192 do argentino. O aproveitamento é o que mais chama a atenção: três finalizações e dois gols diante de 12 tentativas em vão de Leo, que só acertou o alvo três vezes.

Contra a Nigéria, será a última chance de Messi fazer a diferença por seu país e, consequentemente, superar Musa. Sampaoli defende seu capitão e aposta em uma volta por cima:

- A partida contra a Croácia se mostrou complicada para Leo, a estrutura não o favoreceu. Chegaram poucas bolas, foi um erro de previsão. Se ele não tocou tantas vezes, é porque não tivemos tantas oportunidades. Estamos certos de que isso não vai acontecer contra a Nigéria e, para o bem da Argentina, ele tocará mais na bola.

É o que o torcedor albiceleste espera ansiosamente. Vencer a Nigéria e secar a Islândia é a única opção para uma Argentina que vibrou há quatro dias com Musa e reza por um milagre pelos pés de Messi. Musa ou Messi? O jogo desta terça dirá!