Desfalcado e classificado desde a rodada anterior, o Flamengo não poupou jogadores em Buenos Aires. Jogou inclusive com os atletas pendurados e perdeu Lucas Paquetá, que cumprirá suspensão nas oitavas de final. O cenário de forma objetiva mostrava que a busca pela vitória e pela liderança não ficaria apenas no discurso. Mas no empate sem gols diante do River Plate, talvez por receio do peso de uma derrota, o time atuou sem correr maiores riscos. Cauteloso, passou em segundo.
Só a vitória dava ao Rubro-Negro a primeira colocação da chave. Apesar do jogo em alguns momentos equilibrado e da postura firme na defesa, ficou a impressão que havia um certo medo de perder em Buenos Aires, que superou a vontade de vencer. Na maior parte das situações, é bem verdade, um empate na casa do River Plate poderia sim ser considerado um bom resultado. Mas, na noite desta quarta-feira, o placar diante dos argentinos mantinha o rival na liderança. Assim como uma derrota.
Com desfalques, Fla diminuiu ritmo
Jean Lucas foi o substituto de Diego. O camisa 10, aliás foi um dos desfalques do time, que não contou ainda com Réver, Juan e Geuvânio. Na formação eleita por Barbieri, o jovem volante jogou pelo meio e também caindo pela direita. Paquetá, em noite bem pouco inspirada, também jogou centralizado. Éverton Ribeiro foi mantido na ponta direita, fazendo boa dobradinha por ali com Rodinei.
Contra-ataque não encaixa
Os primeiros movimentos passaram uma impressão de que o Flamengo se arriscaria mais. Antes mesmo dos 10 minutos, o time apareceu bem no ataque, como no chute de Paquetá - Éverton Ribeiro ainda pegaria rebote. Apostou logo de cara na sua boa velocidade e tinha jogadores jovens em campo para se utilizar disso. Mas acabou recuando, cedendo campo e fazendo um jogo por muitas vezes pragmático. Conseguia se defender, mas não conseguia encaixar um bom contra-ataque para definir o jogo. No primeiro tempo, a equipe reclamou um pênalti não marcado em Rhodolfo.
Sem titulares, zaga é destaque
A posse de bola já estava com o River, empurrado por sua torcida, que partiu bem para o ataque. Era dono das ações, sobretudo no segundo tempo. É preciso destacar que a desfalcada defesa do Flamengo teve mérito em segurar a pressão. O jovem Léo Duarte e Rhodolfo, que está voltando de lesão, tiverem boa atuação juntos no Monumental. Contaram também com o apoio dos laterais e volantes, que se posicionaram bem em campo sem a bola.
O River, bem montado, conseguia se aproximar da área. Cercava, cercava, mas não conseguia ser contundente. Cruzou muitas bolas em vão. Sem conseguir a infiltração correta, também chutou pouco no gol.
Fla não segura bola no ataque
Manter a bola no ataque foi um problema para o Flamengo. Segurar, fazer pivô e assim armar jogadas era uma função muito bem exercida por Guerrero, que não pode mais defender o time e se tornou mais um desfalque. Com característica diferente, Henrique Dourado não conseguia segurar a bola quando acionado - e foi muitas vezes. Apesar de aguerrido, tentar brigar em todas as jogadas, ainda estava bem marcado pelo zagueiro Pinola.
Desgaste
Além disso, as pernas do Flamengo pesaram mais do que as do River nos minutos finais. Enquanto os titulares do Flamengo vinha em sequência pesada e jogou um clássico no fim de semana, o River estava há 10 dias apenas treinando. O calendário brasileiro é, de fato, mais cruel. Modificações na equipe foram feitas apenas aos 37 do segundo tempo.
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