Itaporã

Caneta usada para 'criar' MS foi emprestada por itaporanense ao presidente Geisel

A caneta foi emprestada por Varanda, morador de Itaporã, ao então presidente da república Ernesto Geisel - (Crédito: Hedio Fazan/Dourados News) A caneta foi emprestada por Varanda, morador de Itaporã, ao então presidente da república Ernesto Geisel - A caneta foi emprestada por Varanda, morador de Itaporã, ao então presidente da república Ernesto Geisel - (Crédito: Hedio Fazan/Dourados News) A caneta foi emprestada por Varanda, morador de Itaporã, ao então presidente da república Ernesto Geisel -

Imagina sair do interior do então Estado de Mato Grosso e ir de avião até Brasília (DF) participar de um encontro histórico no Palácio do Planalto: cerimônia de assinatura Lei Complementar número 31 de 1977, que oficializou a divisão de território, dando vida ao novíssimo Mato Grosso do Sul. 

Agora, pense você, neste importante ato, emprestar para o presidente da república a caneta usada para criar o 23º Unidade Federativa do Brasil. Um morador de Itaporã, cidade vizinha a Dourados, pode dizer que vivenciou tudo isso. 

Nesta terça-feira (11) este singular episódio completa 45 anos, dia em que é celebrado a criação do Mato Grosso do Sul. 

Antônio Ferreira dos Reis Varanda, 80 anos, teve a oportunidade de participar da restrita comitiva escolhida para ir até a capital do País e participar do ‘coquetel’ organizado para marcar o momento de assinatura do documento oficial pelo então presidente da república Ernesto Geisel.

Chegada emocionante

Na época ele tinha 35 anos. Foi um dos convidados a fazer parte do grupo. Além de Varanda, então presidente local do Rotary, o prefeito e o presidente da Câmara Municipal puderam representar Itaporã na caravana formada pelos futuros sul-mato-grossenses. 

O itaporanense contou ao Dourados News as principais lembranças. Ele definiu, acima de tudo, como uma viagem emocionante desde o seu início, pois havia uma grande expectativa e esperança diante da oficialização da divisão do Estado. Era, sem dúvidas, o ‘assunto do momento’.

Além disso, voar do interior de Mato Grosso até Brasília não era uma tarefa tão simples (nos dias atuais ainda não é). Varanda contou sobre a ‘turbulenta’ chegada em aeroporto da Capital do Brasil.

“Era um avião pequeno, com no máximo 100 pessoas. Lembro que a chegada já foi muito emocionante, pois chegamos na cidade com o combustível no fim e tivemos que solicitar pouso imediato. O pessoal da Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] chegou em seguida após o pouso para ver se era verdade mesmo que o combustível estava acabando”, disse em tom humorado. 

Caneta emprestada

As comitivas formadas por representantes de municípios de Mato Grosso tiveram a oportunidade de conhecer o Palácio do Planalto onde aconteceu, entre outras pautas, a cerimônia de assinatura de documento oficial que dava início aos trâmites para dividir o Estado, além de um momento de autógrafos e confraternização. 

Para Varanda, a viagem se tornou ainda mais especial. No momento em que o presidente Ernesto Geisel iria assinar a Lei Complementar número 31 percebeu que estava sem caneta. Não se sabe se por erro do cerimonial, mas o morador de Itaporã agiu rapidamente para resolver a situação.

“Faz muito tempo já. Não lembro de detalhes, mas me recordo que no momento da assinatura dos documentos oficiais o presidente pediu uma caneta emprestada. Como eu estava perto, emprestei. Fiquei orgulhoso e envaidecido, pois sabia que aquele era um momento histórico, tanto que guardei até hoje a caneta e uma placa que ganhamos naquele dia”, detalhou. 

Imagina sair do interior do então Estado de Mato Grosso e ir de avião até Brasília (DF) participar de um encontro histórico no Palácio do Planalto: cerimônia de assinatura Lei Complementar número 31 de 1977, que oficializou a divisão de território, dando vida ao novíssimo Mato Grosso do Sul. 

Agora, pense você, neste importante ato, emprestar para o presidente da república a caneta usada para criar o 23º Unidade Federativa do Brasil. Um morador de Itaporã, cidade vizinha a Dourados, pode dizer que vivenciou tudo isso. 

Nesta terça-feira (11) este singular episódio completa 45 anos, dia em que é celebrado a criação do Mato Grosso do Sul. 

Antônio Ferreira dos Reis Varanda, 80 anos, teve a oportunidade de participar da restrita comitiva escolhida para ir até a capital do País e participar do ‘coquetel’ organizado para marcar o momento de assinatura do documento oficial pelo então presidente da república Ernesto Geisel.

Varanda sabia da relevância para a história do recém-criado Mato Grosso do Sul. 

Para manter viva as lembranças desta 'saga', ele entregou recentemente a saudosa caneta ao amigo João Linhares Júnior, da 4ª promotoria do (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul). 

“Estou muitíssimo emocionado e divido com os amigos, pois integra a nossa história coletiva: no Dia do Escritor e a uma semana de completar aniversário, fui presenteado com a caneta com a qual o Presidente Ernesto Geisel assinou, em Brasília, o ato de criação do Estado de Mato Grosso do Sul”, disse Linhares através de publicação em rede social. 

Transição

Apesar da assinatura da Lei Complementar n. 31, de 11/10/1977, uma Assembleia Constituinte foi eleita apenas no dia 15 de novembro de 1978 dando início ao período de transição da divisão de Mato Grosso. 

 

 

No dia 1º de janeiro de 1979 Mato Grosso do Sul de fato passa a ser independente, com Harry Amorim Costa sendo nomeado o primeiro Governador do Estado, escolhido por Colégio Eleitoral. 

Nesta Lei Complementar é mencionada a implantação de programas de desenvolvimento para os Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com duração de 10 anos. O objetivo era de garantir apoio financeiro para arcar com as “despesas correntes” da mudança.

 

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