Os motoristas que circulam pela rodovia mais movimentada de Mato Grosso do Sul, a BR-163, vão conhecer, a partir da zero hora desta segunda-feira, a experiência de pagar pedágio. Essa é primeira rodovia do Estado a ter a cobrança que, até agora, só existia na ponte sobre o Rio Paraguai, em Corumbá. Para pagar, por enquanto só dinheiro ou cheque.

A empresa que administra a rodovia, a CCR MS Via, informou que estuda a implantação do pagamento eletrônico, mas com um sistema pré-pago, por meio de tags que são afixadas nos veiculos. Não serão aceitos nem cartão de débito nem de crédito. A cobrança em 9 praças de pedágio ao longo dos 847 quilômetros da via no Estado foi autorizada no dia 4 de setembro pela ANTT (Agência Nacional de Transporte e Trânsito), com valores que vão de R$ 2,35 a R$ 43,20, dependendo do ponto e do tipo de veículo.

A tarifa básica do pedágio é motivo de polêmica, incluindo questionamento feito à ANTT pela bancada federal, em relação ao reajuste aplicado para o início da cobrança. Em maio de 2012, quando a empresa recebeu a concessão, o valor por 100 km era R$ 4,38, e este ano foi reajustado para R$ 6,48 por cem quilômetros rodados, ou seja 47%. Uma nova reunião entre técnicos e representantes da bancada está prevista para esta semana.

De acordo com o diretor-presidente da CCR MSVia, Maurício Negrão, afirmou em coletiva que detalhou o início da cobrança, o reajuste de R$ 2,10 feito de 2012 para 2015 tem explicação: R$ 1,33 foi feito com base no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), de maio de 2012 a setembro de 2015, R$ 0,12 na compensação por investimentos fora de contrato e R$ 0,66 nas perdas provocadas pela Lei do Caminhoneiro (eixo suspenso).

Durante o mês de agosto, a CCR MSVia liberou uma parte da rodovia que já foi duplicado, totalizando 90 quilômetros de extensão, e atendendo à exigência contratual de concluir pelo menos 10% de duplicação da estrada.

Onde

Os postos de cobrança do pedágio estão instalados nos seguintes locais: em Mundo Novo, Itaquiraí, Caarapó, Rio Brilhante, Campo Grande, Jaraguari, São Gabriel do Oeste, Rio Verde de Mato Grosso e Pedro Gomes. A tarifa básica para cada 100 quilômetros é de R$ 0,06488 e o valor varia conforme o tipo de veículo. Quanto maior, mais alto o preço.

Investimento e estrutura

A empresa disputou a licitação com cinco grupos e saiu-se vencedora, em maio de 2012. O contrato com a CCR MSVia foi assinado em 14 de abril de 2014, para um período de concessão de 30 anos. Até o momento foram injetados R$ 730 milhões na rodovia, de acordo com a empresa. Segundo informado, nos seis primeiros meses de obras foi feito a recuperação de pavimento, colocadas cercas e sinalização, meio-fio, drenagem, correção de erosão, capina e roçada do mato ao redor da rodovia.

Foram implantadas 17 bases provisórias com uma ambulância e um guincho cada. São ainda 8 guinchos pesados e 11 caminhões-pipa. Maurício explicou que mesmo o trânsito pesado da BR-163, os colaboradores chegam rapidamente, caso aconteça um acidente. “Temos 15 minutos para chegar ao local do atendimento”, disse ele.

Para a comunicação entre as bases foram instaladas 30 antenas e 17 painéis moveis de mensagem. “É uma forma de comunicação rápida e segura, caso ocorra um acidente, o painel avisa”, afirmou ele. Receita

Segundo a CCR divulgou, é esperada mensalmente uma receita de R$ 30 milhões. Uma parte deste valor será repassada às Prefeituras das 21 cidades que estão no caminho da BR-163, de Mundo Novo a Sonora. São 5%, que serão rateados proporcionalmente.