Por: Rogério Crespo
Na tarde desta terça-feira (17), a professora, autora e poeta, Nilza Menani, postou em seu perfil do facebook um poema em homenagem aos 60 Anos completados pelo município no último dia 10 de dezembro.
Ela que é itaporaense desde berço, atua há 34 anos na sala de aula, apaixonada por literatura, já desenvolveu vários projetos literários em Itaporã. Com 50 anos, Menani já está perto de se aposentar e garante que não vai abandonar os projetos que hoje são realizados voluntariamente no município.
Referindo-se ao poema ela escreveu: "Um poema especial para minha cidade natal..."
ITAPORÃ...
Minha cidade querida,
Que sempre me deu guarida,
Cheia de esplendor e beleza!
A água – pura fineza,
Os filhos – toda franqueza!
Esse é um grande tesouro
Que vale mais do que ouro,
Verdade, sinceridade, altiveza!
No centro de nossa cidade
Há a Igreja São José,
Aonde muitos fiéis vão,
Em procissão, com grande fé!
Na Avenida da Liberdade,
Voam livres os passarinhos
E nos galhos, com acuidade,
Vão construindo seus ninhos!
E o sino da Igreja a badalar...
Ah, doces lembranças,
Como “Folia de Reis” e “Catira”,
Que tanta gente admira
E que bem faz relembrar!
É impossível não falar do saudoso “BELO”,
Que nas “cordas da viola”,
Fez “gente grande” chorar!
Itaporã da poesia, da pintura,
Da escultura, da música bem cantada,
Da confiança e “bem querer”...
Dos tempos das serenatas,
Até o amanhecer!
PEDRA deveras BONITA,
Valiosa e “cobiçada”,
Tua história interiorana,
Está sendo “lapidada”!
Feclorita - Arraiá - Itaporã Fest,
E outras mais...
E os “antigos carnavais”
Que não voltarão jamais!
E as “radiolas”... “Vitrolas”... Também não!
Dessas noites só nostalgia, recordação...
Linda cidadezinha,
Quantas tardes apreciei o sol poente,
Contemplei o deslumbrante cenário,
Aos suaves sons dos canários,
Cena “pura” e atraente!
De uma coisa hoje eu sei:
Uma grande saudade me resta,
Dos meus tempos de criança,
Trago a nítida lembrança,
Das ruas onde brinquei,
E das cantigas de rodas,
Que, com o tempo, decorei.
Jogo de “bete”, queimada,
Pé na lata, amarelinha...
E no estádio, a homenagem,
Ao sanfoneiro “Chavinha”!
As atividades cívicas,
Campanhas políticas “agitadas”,
As “brincadeiras dançantes”,
Os “bailes da roça”, constantes,
Ao som de sanfona, pandeiro e violão,
Os terços para os três santos:
Antônio, Pedro e João,
Onde eram erguidos os mastros
E ficavam gravados os rastros
Nas terras soltas do chão!
Os vários times que havia
Era uma grande atração,
Quem não se lembra
Do Sete de Setembro e São Jorge,
Times do Canhadão?
No Carumbé o Nacional,
No Alto Sardinha o Social,
Em Montese o Ipiranga...
Na beira do campo a bocha,
E até eleição de Rainha,
Pra “fundos” angariar!
As saudosas “alvoradas”,
Que enfeitavam o amanhecer!
Cidade, teu amanhã,
Há de ser “sempre vencer”!
Seu céu límpido, azulado,
De nuvens brancas, rendado,
Um dia me viu nascer,
Aos cuidados de “parteira”...
Terra de solo fecundo,
De amores “mais profundos”,
Onde vivi bem feliz:
Escola, Clube, Cinema, Praça, Igreja Matriz...
Saudades da juventude,
Dos anseios, da inquietude,
E de “boas loucuras” que fiz!
Da “professora poeta”,
Deixo uma sugestão:
Dê à vida uma meta
E dê ASAS ao CORAÇÃO...
Não desanime jamais!
“Dessa terra” não é a perfeição...
Vou pras “alegações finais”:
Uma verdade vos digo,
Daqui nunca sairei,
Mas se um dia, por ventura, sair,
É certo, que VOLTAREI!
Tenho quase a certeza,
Que o sonho de quem partiu,
Em busca de “melhorias”
E ainda não conseguiu,
É rever os “teus encantos”
Num fascínio sem igual,
Procurar o aconchego
Desse lugar “ sem quebrantos”,
De gente tão cordial,
Essa linda Itaporã,
Minha cidade natal!
Nilza Menani
Dezembro/2013
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