Ataques aéreos que miravam as "Forças de Mobilização Popular", um grupo de milícias xiitas iraquianas apoiadas pelo Irã, mataram seis pessoas em Bagdá. Segundo afirmou uma fonte do exército do Iraque na noite desta sexta-feira (3) à agência Reuters, o ataque foi na estrada de Taji, ao Norte da capital do Iraque.
Outras três pessoas teriam ficado gravemente feridas. A TV estatal iraquiana atribuiu o ataque aos Estados Unidos, mas não mencionou o nome da milícia nem ofereceu mais detalhes.
Dois de três veículos que eram parte de um comboio foram encontrados queimados, disse essa fonte. Também foram encontrados três corpos. Os ataques teriam ocorrido à 1h12 do sábado, no horário local.
Os mortos ainda não foram identificados, segundo a agência Associated Press, que confirmou a notícia com uma fonte, mas fala em cinco mortes. O ataque aéreo aos dois carros ocorre um dia depois da morte do general Qassem Soleimani, que escalou as tensões entre Estados Unidos e Irã (leia mais abaixo).
Em comunicado divulgado nesta sexta (sábado no Iraque), as Forças de Mobilização Popular também confirmam o ataque aéreo e dizem que, embora tivesse como alvo seus milicianos, acabou atingindo um comboio de médicos ligado à organização.
"Fontes iniciais confirmam que o ataque mirou um comboio de médicos das Forças de Mobilização Popular próximo ao estádio de Taji, em Bagdá", diz o texto. O grupo afirma que nenhum de seus líderes foi morto no ataque.
Escalada de tensão após morte de Soleimani
Os Estados Unidos estão enviando quase 3 mil soldados adicionais para o Oriente Médio, como medida de precaução após ameaças às forças americanas na região, de acordo com anúncio do Pentágono nesta sexta-feira (3). Os militares são da unidade da 82ª Divisão Aerotransportada (Carolina do Norte).
A recente morte do general Qassem Soleimani, um dos homens mais poderosos do Irã, aumentou a tensão entre os governos iraniano e norte-americano. O líder da Força Al Quds, unidade especial da Guarda Revolucionária, foi atingido na quinta-feira (2) em um bombardeio ordenado por Donald Trump, em Bagdá, no Iraque.
Enquanto líderes iranianos falam em "vingança", a embaixada dos Estados Unidos em Bagdá pede aos cidadãos norte-americanos que estão no Iraque que deixem o país o mais rápido possível, por via aérea ou terrestre.
Desde o fim de outubro, militares e diplomatas americanos foram alvo de ataques, e em dezembro passado, um funcionário dos EUA morreu em um bombardeio com foguetes.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou na tarde desta sexta-feira (3) que morte do general iraniano Qassem Soleimani foi ação necessária para "conter o terror", e que a intenção do país norte-americano não é a de começar uma nova guerra no Oriente Médio.
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